O Irã afirmou nesta terça-feira (28) não ter planos de mostrar suas instalações nucleares a diplomatas que estão em visita ao país para uma cúpula do Movimento dos Não Alinhados (MNA), contradizendo, assim, uma oferta feita anteriormente pelo vice-ministro de Relações Exteriores, Mohammad Mehdi Akhoundzadeh.
"Nós não temos nenhum plano específico para uma visita a instalações nucleares por parte de convidados estrangeiros que participam da cúpula dos países não-alinhados", disse o porta-voz da chancelaria iraniana, Ramin Mehmanparast, segundo a agência estatal de notícias Irna.
Akhoundzadeh deu a entender na segunda-feira que o Irã poderia deixar diplomatas participantes da cúpula visitarem a base militar de Parchin, que a agência da ONU de supervisão nuclear diz que pode ter sido usada para experimentos de explosivos relacionados com atividade nuclear.
Diplomatas ocidentais rejeitaram a possível oferta, feita pouco depois que a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) fracassou novamente em sua tentativa de obter acesso de seus inspetores a Parchin, durante um encontro com uma delegação iraniana em Viena, na sexta-feira.
"Qualquer visita conduzida pelos iranianos com autoridades do MNA seria nada mais do que um golpe publicitário muito, muito ruim", disse um proeminente diplomata em Viena. "É a AIEA que deveria ter acesso a Parchin."
O representante do Irã na AIEA, Asghar Soltanieh, reiterou a determinação de seu país de manter o processo de enriquecimento de urânio. "Nós não vamos suspender o enriquecimento nem mesmo por um segundo", afirmou ele, segundo a agência iraniana estudantil de notícias.
Urânio enriquecido pode ser usado para alimentar usinas de energia ou, se for mais processado, em armas nucleares.
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