O Irã negou nesta sexta-feira, 10, as acusações de que um avião ucraniano fabricado pela Boeing, que caiu em Teerã na última terça-feira, foi derrubado por um míssil iraniano. O país persa também pediu aos Estados Unidos e Canadá, que afirmaram que há evidências de que essa seria a explicação para a queda, que compartilhassem qualquer informação que tivessem sobre o ocorrido, que matou 176 pessoas.
"O que é óbvio para nós, e o que podemos dizer com certeza, é que nenhum míssil atingiu o avião", disse Ali Abedzadeh, chefe do Departamento de Aviação nacional do Irã, em entrevista coletiva. "Se eles realmente têm certeza, devem vir e mostrar suas descobertas ao mundo", de acordo com os padrões internacionais, acrescentou.
Hassan Rezaeifar, chefe da equipe de investigação iraniana, disse na mesma entrevista que a recuperação de dados dos gravadores de caixas-pretas poderia levar mais de um mês e que toda a investigação poderia se estender até o próximo ano.
Ontem, líderes de países ocidentais como os EUA e o Canadá disseram que o avião parecia ter sido atingido acidentalmente por um míssil perto de Teerã, poucas horas depois de o Irã lançar uma série de mísseis em duas bases usadas por forças americanas no Iraque. O ataque iraniano às bases iraquianas veio na sequência de um bombardeio americano ter matado o general Qassim Suleimani.
Um vídeo divulgado nesta quinta-feira supostamente mostra um míssil atingindo o avião ucraniano. O New York Times verificou o vídeo, que teria sido gravado em Parand, próximo ao aeroporto de Teerã, na região em que o Boeing 737 parou de transmitir sinais.
Na manhã desta sexta, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, pressionou EUA, Canadá e Reino Unido para que compartilhem as evidências que possuem com a equipe de investigação.
O acidente aéreo aconteceu na madrugada de quarta-feira, 8 (noite de terça-feira no Brasil). O avião ucraniano ia de Teerã para Kiev e que caiu após decolar. Todas as 176 pessoas à bordo morreram na queda.
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