Na primeira manifestação pública desde o atentado ocorrido na sexta-feira (12) nos Estados Unidos contra o autor britânico de origem indiana Salman Rushdie, o Irã negou qualquer responsabilidade pelo ataque e culpou o autor e “seus apoiadores” pela tragédia.
“Em relação ao ataque a Salman Rushdie, não consideramos ninguém além de [Rushdie] e seus apoiadores dignos de culpa e até de condenação”, afirmou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Nasser Kanaani, em entrevista coletiva nesta segunda-feira (15).
“Não vimos mais nada sobre o indivíduo que realizou esse ato além do que vimos da mídia americana. Negamos categoricamente e seriamente qualquer conexão do agressor com o Irã”, acrescentou Kanaani. Após o atentado, jornais do Irã haviam comemorado o ataque contra o escritor.
O autor do atentado, no qual Rushdie foi esfaqueado repetidas vezes durante um evento literário em Nova Iorque, foi identificado como Hadi Matar, de 24 anos, morador de Fairview, Nova Jersey. Ele foi detido e no fim de semana se declarou inocente das acusações, entre elas a de tentativa de homicídio em segundo grau.
Rushdie teve uma fatwa, ou decreto religioso, pedindo sua morte decretada pelo Irã no final dos anos 1980 após publicar o romance “Os Versos Satânicos”, que o regime iraniano considerou ofensivo ao Islã.
No fim de semana, Andrew Wylie, agente de Rushdie, confirmou informações de amigos de que o estado de saúde do escritor melhorou: ele foi extubado e já conseguiria se comunicar.
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