Um influente deputado do Irã disse que o país parou de enriquecer urânio a 20%, numa decisão que parece atender uma das principais exigências do Ocidente nas negociações nucleares.
"A discussão sobre a suspensão ou interrupção do enriquecimento [a 20%] é inútil porque nenhuma produção está em andamento no atual momento", disse Hossein Naqavi Hosseini, vice-presidente da Comissão de Segurança Nacional do Parlamento, citada ontem pela agência de notícias do Legislativo.
Hosseini justificou a medida alegando que o Irã já possui estoque suficiente de combustível atômico -produzido a partir de urânio enriquecido- para abastecer o reator nuclear de Teerã, que gera isótopos médicos usados no combate ao câncer.
O grau de pureza do urânio enriquecido pelo Irã é um tema central nas negociações com as potências, que entraram numa fase mais construtiva após a eleição do pragmático Hasan Rowhani à Presidência iraniana, em junho.
No processo de enriquecimento do urânio, a maior dificuldade técnica encontra-se nas etapas iniciais para purificar o material. Uma vez alcançada a barra dos 20%, para uso civil, é possível, em tese, saltar com facilidade para a pureza em 90% usada na fabricação do elemento físsil necessário à obtenção da bomba nuclear.
A equipe de Rowhani já havia acenado com a possibilidade de baixar o grau de pureza do enriquecimento de urânio, como parte dos esforços para convencer o Ocidente a levantar sanções que empobrecem o Irã e impedem o país de lucrar com a exportação de petróleo.
A primeira rodada de conversas diplomáticas sob novo governo iraniano ocorreu na semana passada, em Genebra. Negociações retomam em 7 de novembro, na mesma cidade.
A suspensão do enriquecimento a 20% não foi confirmada por outras fontes, e há precedente de declarações de deputados desmentidas pelo governo. Mas Hosseini tem acesso a instalações nucleares e ouviu nos últimos dias relato detalhado de diplomatas iranianos que estiveram em Genebra.
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