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Viena – Envolto na controvérsia internacional acerca de seu programa nuclear, o Irã aparentemente interrompeu o enriquecimento de urânio enquanto aguarda as resoluções da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre novas sanções, informou ontem o diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Mohamed ElBaradei.

ElBaradei afirmou também que a falta de cooperação por parte do Irã com os inspetores da AIEA significa que a agência não foi capaz de estabelecer se as atividades nucleares iranianas servem meramente a propósitos pacíficos.

"Eu não acredito que o número de centrífugas (de enriquecimento de urânio) tenha aumentado, e não acredito que materiais nucleares tenham sido introduzidos nas centrífugas de Natanz", disse ElBaradei.

Ainda assim, ele afirmou que a AIEA continua "incapaz de determinar o propósito das atividades nucleares do Irã".

Para um oficial sênior da AIEA, a interrupção temporária das atividades nucleares do Irã dificilmente levará à aceitação por parte de Teerã do congelamento total do programa de enriquecimento de urânio do país, conforme exigido pela ONU. Ali Ashgar Soltanieh, líder iraniano dos delegados da AIEA, afirmou que seu país nunca abrirá mão do direito de enriquecer urânio.

Oposição européia

Ministros das Relações Exteriores da União Européia (UE) concordaram em manter a pressão contra o Irã diante das recusas do país em interromper seu programa nuclear. A UE, fazendo coro ao Conselho de Segurança (CS) da ONU (Organização das Nações Unidas), avisou o país ontem que aumentará as sanções contra Teerã se o governo persa não obedecer às exigências de suspensão de suas atividades nucleares e retorno às negociações.

Além dos chanceleres europeus, os cinco membros permanentes do CS da ONU – EUA, Reino Unido, França, Rússia e China – mais a Alemanha começaram a discutir ontem a imposição de novas sanções ao Irã devido a seu programa de enriquecimento de urânio.

CS da ONU

A reunião das seis grandes potências que negociam a ampliação das sanções é uma resposta à desobediência do Irã em obedecer a uma resolução do conselho de dezembro de 2006, que exigia que Teerã deixasse essas atividades até 21 de fevereiro.

As sanções – que devem incluir a redução da ajuda técnica fornecida pela AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) ao Ir㠖 são discutidas três meses depois que o Conselho de Segurança baniu a transferência de tecnologia nuclear e especialistas ao regime iraniano.

O Irã nega a intenção de construir bombas nucleares, afirmando que seu programa é pacífico e visa apenas gerar eletricidade.

Em uma reunião que deve durar quatro dias, o Conselho da AIEA deve suspender a implementação de 22 dos 55 projetos de ajuda técnica ao Irã, colocando em prática sanções aprovadas na resolução de dezembro.

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