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O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, é recepcionado por apoiadores na cidade de Kerman: tentativa de evitar sanções da ONU | Zarafshan Amir/AFP
O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, é recepcionado por apoiadores na cidade de Kerman: tentativa de evitar sanções da ONU| Foto: Zarafshan Amir/AFP

Arsenal

Reino Unido possui 225 ogivas

Revelando pela primeira vez informações oficiais atualizadas sobre seu arsenal nuclear, o Reino Unido confirmou que possui 225 ogivas, numa manobra que visa mais clareza sobre as armas atômicas que o país detém.

Em discurso no Parlamento, o chanceler britânico, William Hague, disse que "é chegada a hora de ser mais aberto sobre as armas que nós possuímos". Anteriormente oficiais haviam informado que o país detinha 160 ogivas em operação.

O Reino Unido é membro permanente do Conselho de Segurança da ONU.

Diplomacia

Brasil faz apelo a potências e ao México para negociações

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva enviou mensagens aos presidentes dos Estados Unidos, França, Rússia e México, além da União de Nações Sul-Americanas (Unasul), para pedir apoio na manutenção das negociações com o governo do Irã sobre o desenvolvimento de seu programa nuclear.

De acordo com o porta-voz da Presidência, Marcelo Baumbach, as cartas são um apelo de Lula para que se evite a aplicação de novas sanções econômicas ao país persa, que na visão do governo brasileiro, devem levar o Irã a fechar definitivamente os canais diplomáticos com o ocidente.

"A decisão sobre a aplicação ou não de sanções ainda vai, ao que tudo indica, demorar um pouco. E o Brasil continuará neste meio tempo empenhado em fomentar o diálogo para impedir que esta porta que foi aberta com a declaração de Teerã venha a se fechar’’, disse Baumbach.

Nos últimos dias, países que compõem o Conselho de Segurança da ONU, EUA à frente, endureceram suas críticas ao programa nuclear iraniano e defenderam a necessidade da aprovação de novas sanções.

O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, pediu ontem que os EUA e a Rússia apoiem o acordo nuclear firmado entre Teerã, a Turquia e o Brasil. Ahmadinejad advertiu que essa pode ser a última "oportunidade" para resolver o impasse envolvendo o programa nuclear iraniano.

"Nós tomamos um passo im­­portante e dissemos algo muito importante. Não há desculpas", afirmou Ahmadinejad, em discurso televisionado, dirigindo-se aos líderes norte-americanos e russos. Pelo acordo, o Irã enviará urânio pouco enriquecido à Turquia, recebendo em troca combustível nuclear para seu reator de pesquisas em Teerã.

Na terça-feira, a secretária de Estado americana, Hillary Clin­­ton, rejeitou o acordo entre Irã, Turquia e Brasil para que a república islâmica troque urânio com baixo enriquecimento por combustível nuclear. Hillary disse que o acordo é um "ardil transparente" do Irã para tentar escapar de mais uma rodada de sanções econômicas.

Governos como os de Wa­­shing­­ton e Paris têm se mostrado reticentes quanto ao acordo, argumentando que a comunidade internacional precisa manter a pressão sobre Teerã por causa de seu programa nuclear. Os EUA e outras nações temem que os iranianos busquem secretamente produzir armas nucleares, o que o Irã nega.

O presidente iraniano acusou ainda o presidente russo, Dmitry Medvedev, de "ficar do lado da­­queles que têm sido nossos inimigos por 30 anos". "Nós esperamos que os funcionários russos prestem atenção, façam mudanças e não deixem os iranianos na linha de frente com seus inimigos históricos."

A Rússia condenou a "demagogia política" e reagiu com raiva às críticas do presidente do Irã à posição russa sobre o impasse do programa nuclear iraniano. "Qualquer imprevisibilidade, extremismo político, falta de transparência ou inconsistência na tomada de decisões...é inaceitável para a Rússia", afirmou o as­­sessor de política externa do Kremlin, Sergei Prikhodko. "Nin­­guém nunca conseguiu manter sua autoridade através da demagogia política", completou.

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