O Irã, aliado ferrenho da Síria, pediu tempo neste domingo (29) para que o presidente do país, Bashar al Assad, leve a cabo mudanças políticas e que se reconheçam os direitos dos cidadãos além de acusar Israel de liderar um complô para eliminar o governo de Damasco.

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Após um encontro em Teerã com o ministro das Relações Exteriores sírio, Walid Muallem, o chefe da diplomacia iraniana, Ali Akbar Salehi, afirmou que Israel tenta derrubar o governo da Síria.

"É surpreendente que, quando o regime sionista (Israel) age desse modo contra a Síria, existam países na região que ficam do seu lado", acrescentou Salehi, se referindo, mas sem citar, a estados como Arábia Saudita, Catar e Turquia, que apoiam a oposição síria.

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Para Salehi, "está claro que alguns países, liderados pelo regime sionista, realizam um complô contra a Síria".

O Irã acusou os países ocidentais, especialmente os Estados Unidos, de promover a resistência na Síria contra o regime de Assad e de fornecer armas, com a colaboração dos países da região, aos grupos insurgentes, considerados "terroristas" por Teerã.

Irã e Síria consideram que o objetivo de Estados Unidos e de Israel é acabar com o apoio do regime sírio aos grupos da resistência palestina e também reduzir a influência do Irã na área.

Os rebeldes sírios e os EUA, por sua vez, acusaram o Teerã de apoiar militarmente o regime de Bashar al Assad com armas, pessoal e estratégias.

O chefe da diplomacia do Irã admitiu que existem grupos de rebeldes sírios que buscam mudanças e argumentou que o regime em Damasco "está pronto para responder as suas exigências legais."

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"É preciso dar tempo ao governo sírio do presidente Bashar al Assad para que as mudanças aprovadas em plebiscito possam ser implementadas, como a formação de novos partidos e a realização de eleições parlamentares", explicou Salehi.

De sua parte, Mouallem disse que o governo de Damasco segue comprometido com o plano de paz elaborado pelo mediador da ONU e da Liga Árabe, Kofi Annan, embora tenha dúvidas sobre como levá-lo adiante.

Segundo ele, o regime de Assad "tentou tirar das cidades" as forças que combatem na Síria, tanto do governo como da oposição, "mas os grupos terroristas, apoiados por alguns países da região, não se comprometeram a isso", o que o impede de avançar com o plano de Annan.

"O motivo pelo qual se chegou a um ponto morto nas negociações políticas com a oposição são as ações terroristas dos rebeldes", acrescentou Mouallem, que disse: "Pedimos à oposição que inicie o diálogo com o governo".

Tanto Salehi como Mouallem reivindicaram o "fim da interferência estrangeira", o "fim dos atos terroristas" e "acabar com os massacres" na Síria, para poder buscar uma saída política "entre sírios" para o conflito agravado nos últimos dias.

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Nas últimas semanas, Salehi assinalou que Teerã entrou em contato com grupos opositores sírios não armados e reitero a disposição de Teerã de sediar as negociações de paz entre o regime de Damasco e a oposição não violenta.

O ministro das Relações Exteriores sírio também tem reuniões previstas com o presidente do Parlamento, Ali Lariyani, e com o secretário do Conselho Supremo de Segurança Nacional, Said Jalili.

O regime do partido Baath na Síria e a República Islâmica do Irã mantiveram durante mais de 30 anos uma aliança estratégica, tanto militar como técnica, econômica e comercial, e Damasco é o principal aliado árabe de Teerã.

Hoje mesmo, 245 dos 290 deputados do Parlamento Iraniano assinaram uma moção de apoio ao regime de Assad e contra "qualquer intervenção estrangeira" na Síria.

A moção diz: "Como membros do Parlamento iraniano, nos alegramos que todos os esforços e complôs para se intrometer nos assuntos internos da Síria dos EUA, do Ocidente e do regime sionista, assim como o de extremistas e grupos violentos, marionetes de poderes anti-islâmicos, tenham sido frustrados".

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