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Tensão

Irã pode transferir sistemas de mísseis a terceiros, diz TV

O Irã está disposto a compartilhar seus sistemas de mísseis com vizinhos e aliados, disse o comandante da Guarda Revolucionária após exibir mísseis, alguns supostamente com ogivas de fragmentação.

O comandante Yahya Rahim Safavi também disse, em entrevista na noite de domingo à TV iraniana Al-Alam, que há milhares de guardas revolucionários treinados para missões suicidas, embora ele ache improvável um ataque norte-americano.

Os Estados Unidos dizem buscar a diplomacia como forma de resolver o conflito em torno do programa nuclear iraniano, mas não descartam o uso da força. Washington acusa Teerã de desenvolver armas atômicas. A República Islâmica diz que seu programa nuclear é pacífico.

``Somos capazes de dar nossos sistemas de mísseis a países amistosos e vizinhos'', disse Safavi à Al-Alam, segundo transcrição em idioma farsi obtida pela Reuters na segunda-feira.

"Nas atuais circunstâncias, os norte-americanos estão envolvidos no Afeganistão e no atoleiro do Iraque, então não prevemos nenhum ataque da América", disse ele.

"Mas o Irã tem seu próprio poder defensivo, então é muito improvável que a América vá nos causar problemas. Eles sabem que o Irã tem mísseis com alcance de 2.000 quilômetros, o que colocaria seus interesses em perigo."

Na quinta-feira, iniciando 10 dias de exercícios militares, a Guarda Revolucionária anunciou ter disparado mísseis Shahab com ogivas de fragmentação. Especialistas dizem que o Shahab 3 tem alcance máximo de 2.000 quilômetros, capaz de atingir Israel e bases norte-americanas no golfo Pérsico.

"Temos armas desconhecidas para os demais. Temos armas militares que não mostramos, mas faremos isso nas próximas manobras", disse Safavi, sem fornecer detalhes.

O Irã costuma noticiar testes de novos sistemas bélicos, mas sem detalhes que permitam aos especialistas avaliar seus avanços.

"Os guardas revolucionários não dependem só do seu poderio tecnológico, porque têm milhares de pessoas que buscam o martírio (suicidas), e elas estão prontas para operações em grande escala", disse Safavi. "São profissionais, recebem treinamento e têm moral."

Anteriormente, o governo dizia que os esquadrões preparados para ações suicidas em caso de ataque não eram parte das forças oficiais, muito menos da Guarda Revolucionária, a ala "ideológica" das Forças Armadas.

Não há notícia de nenhum atentado suicida cometido nos últimos anos por um iraniano. Mas os EUA acusam o Irã de patrocinar o terrorismo no mundo, o que Teerã nega.

Especialistas dizem que o Irã não tem a mesma tecnologia militar dos EUA e de outros países ocidentais, mas que poderia provocar confusão no golfo Pérsico, especialmente recorrendo a táticas de guerrilha.

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