A França delineou neste sábado uma das formas como o programa nuclear iraniano poderia se desenvolver após a fase inicial de 10 anos prevista no entendimento entre Teerã e seis potências mundiais anunciado na quinta-feira. Desde então, EUA, Irã e França produziram seus próprios documentos destacando os pontos principais do acordo preliminar. Representantes dos EUA e do Irã, no entanto, já discutiram por causa de divergências em suas respectivas versões.
De acordo com o documento francês, o Irã poderia realizar um “aumento gradual e claramente definido de sua capacidade de enriquecimento de urânio entre o 10º e o 13º ano, com a introdução de avançadas centrífugas IR-2 e IR-4”. No passado, o Irã instalou mas não utilizou centrífugas IR-2. O país nunca instalou as IR-4. Em vez disso, vinha usando máquinas de gerações mais antigas conhecidas como IR-1.
Segundo especialistas, as IR-2 são entre três e cinco vezes mais eficientes do que as IR-1 na produção de urânio enriquecido. Já as IR-4 seriam várias vezes mais sofisticadas.
O relatório não especifica, no entanto, quantas dessas centrífugas o Irã poderia utilizar. Entre os mais céticos, a percepção é de que um acordo final faria muito pouco para impedir que o Irã tivesse aceso a armas nucelares a médio prazo. Com autorização para instalar centrífugas IR-2 e IR-4 após 10 anos, os iranianos teriam capacidade de produzir material para uma bomba nuclear com muito mais rapidez. No entanto, precisariam de muito mais máquinas IR-4.
O Irã concordou em não produzir combustível nuclear enriquecido a mais de 3,67% nos primeiros 15 anos do acordo. Esse teor está bem abaixo do necessário para a fabricação de uma bomba nucelar. Além disso, concordou em reduzir para 300 quilos seus estoques de urânio fracamente enriquecido.
Em troca, sanções unilaterais dos EUA e da Europa serão retiradas imediatamente após a aplicação do acordo nas áreas econômicas e financeiras. O acordo também prevê que o Ocidente não adotará novas sanções unilaterais.
Os detalhes de um tratado final serão discutidos em nova fase de negociações, que deve ser concluída em 30 de junho. O entendimento entre Irã e EUA, China, Rússia, Alemanha, França e Reino Unido foi anunciado após uma semana de intensas discussões em Lausanne, na Suíça.
O Departamento de Estado norte-americano e representantes do ministério de Relações Exteriores da França não comentaram o documento francês.
Já o ministro de Relações Exteriores do Irã, Mohammad Javad Zarif, disse neste sábado que o país pode retomar suas atividades nucleares caso o Ocidente não honre o acordo. Fonte: Dow Jones Newswires e Associated Press.
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