A polícia iraniana prendeu 29 mulheres por não estarem vestindo o hijab, véu usado pelas muçulmanas, durante manifestações na capital Teerã, segundo informou a imprensa local. No Irã, desde 1979, o uso do hijab é obrigatório e desde então já foram desencadeados vários protestos contra esta imposição.
De acordo com a agência de notícias Tasnim, os oficiais detiveram as mulheres porque elas estavam “perturbando a segurança pública”.
Nas últimas semanas, seguindo a onda de protestos contra as políticas econômicas do governo, milhares de iranianas tem se manifestado contra o uso compulsório do hijab. Fotos publicadas nas redes sociais mostram várias delas acenando com o véu.
Atos como este começaram a se multiplicar pelo país após a notícia de que uma mulher havia sido presa por ter subido em cima de um mobiliário urbano, amarrado o hijab à ponta de um cabo de vassoura, empunhando-o como se fosse uma bandeira. A jovem ficou um mês em detenção e saiu após pagar fiança. Em outro vídeo viral, uma senhora idosa e com dificuldade para caminhar, sobe na mureta de uma fonte, tira o hijab e o coloca na ponta de sua bengala, repetindo a cena que virou a marca dos protestos.
A ação do governo iraniano gerou críticas de ativistas e grupos de direitos humanos. Segundo a Al Jazeera, a iraniana exilada Masih Alinejad, que começou a campanha contra o uso obrigatório do hijab, apontou o silêncio do Ministro de Relações Exteriores iraniano, Javad Zarif, sobre as detenções.
A analista do Oriente Médio Holly Dagres falou ao veículo que as autoridades do país sabem que se não reprimirem as iranianas, elas “continuarão testando os limites do que podem e que não podem vestir”.
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