O Irã prendeu várias pessoas após uma imagem do fundador da república islâmica, o aiatolá Ruhollah Khomeini, ser rasgada durante protestos contra o governo na semana passada, disse uma importante autoridade na segunda-feira.
As detenções foram anunciadas um dia depois de o líder supremo, aiatolá Ali Khamenei, fazer uma dura advertência à oposição pró-reforma, acusando-a de violar a lei insultando a memória do falecido Khomeini.
A tensão aumentou no Irã depois que estudantes simpatizantes do líder de oposição Mirhossein Mousavi entraram em confronto com a polícia em Teerã em 7 de dezembro, no maior protesto contra os resultados da eleição presidencial em meses.
A televisão estatal exibiu imagens do que disse ser simpatizantes de oposição rasgando e pisando numa foto de Khomeini durante as manifestações, quando estudantes pró-reforma buscavam renovar os protestos contra a reeleição do linha dura Mahmoud Ahmadinejad.
A oposição negou envolvimento com o incidente, sugerindo que as autoridades planejavam usá-lo como pretexto para aumentar a repressão pós-eleitoral à dissidência.
"As pessoas que estavam no local foram todas identificadas," disse o promotor público de Teerã, Abbas Jafari Dolatabadai, segundo a agência de notícias Isna.
Ele afirmou que foram feitas prisões, incluindo uma no dia dos protestos estudantis, sem citar nomes ou números. "Eles estão todos presos e um deles confessou," afirmou Jafari Dolatabadi.
O promotor também disse que não haveria "clemência para os que insultaram o fundador da revolução," informou a agência de notícias oficial Irna. Khomeini liderou a revolução islâmica de 1979 e é reverenciado no Irã. Ele morreu em 1989.
No domingo, alguns sites de posição moderada sugeriram que Mousavi, que diz que a eleição presidencial de 12 de junho foi fraudada para garantir a reeleição de Ahmadinejad, pode ser preso. Mousavi classificou o incidente da foto de Khomeini de "muito suspeito."