Mulheres iranianas participando, no último sábado (22), das orações do Eid-al Fitr, festival de três dias que marca o fim do Ramadã.| Foto: EFE/EPA/Abedin Taherkenareh
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Autoridades do Irã anunciaram nesta segunda-feira (24) que as mulheres que não usam véu serão banidas de museus e locais históricos, um novo passo para reimpor o uso desta peça de roupa.

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O chefe da Direção Geral de Museus do país, Morteza Adibzadeh, anunciou a nova proibição "para proteger a segurança pública e os assuntos culturais", de acordo com o jornal "Etemad".

Desta forma, as mulheres que não se cobrem com um véu não poderão entrar no Museu Nacional do Irã, na capital, nem frequentar monumentos como a famosa Persépolis.

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Nas últimas semanas, imagens de jovens mulheres sem véu fazendo o gesto de vitória em frente ao túmulo do rei Ciro II, o Grande, do século XI a.C., perto das ruínas de Persépolis, se espalharam pelas redes sociais.

Muitas mulheres iranianas deixaram de usar o véu islâmico obrigatório como forma de protesto e desobediência civil desde a morte, em setembro do ano passado, de Mahsa Amini, após ter sido presa por usar incorretamente o hijab.

A morte de Amini provocou fortes protestos em todo o país pedindo o fim da República Islâmica, principalmente por jovens e mulheres aos gritos de "mulher, vida, liberdade", que desapareceram após uma forte repressão estatal que resultou em 500 mortes.

A proibição do museu é a última medida anunciada para reimpor o uso do hijab, uma peça de vestuário obrigatória no país islâmico desde 1983.

A polícia iraniana começou a atacar as mulheres que não se cobrem em 15 de abril, utilizando câmeras para identificá-las e ameaçando fechar negócios que atendam cidadãs sem o hijab.

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As autoridades anunciaram na semana passada que fecharam 155 empresas por não cumprirem as leis que o uso do véu e também enviaram mensagens de texto a 3,5 mil mulheres por não usarem a roupa islâmica obrigatória.

A lei pune as mulheres que não se cobrem com um véu com multas e até dois meses de prisão, mas as autoridades também consideram outras opções, como a privação de serviços bancários.

No início deste mês, os ministérios da Educação e da Saúde anunciaram que as estudantes que não usarem véu não serão autorizadas a frequentar universidades ou faculdades. Apesar de tudo isto, muitas mulheres continuam andar sem véu nas ruas de Teerã.