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O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, disse na sexta-feira que seu país deve resistir à pressão mundial e manter o programa nuclear, apesar da possibilidade de mais sanções devido ao descumprimento de um prazo imposto pela ONU para a suspensão de atividades que, segundo o Ocidente, podem levar ao desenvolvimento de armas.

O Conselho de Segurança havia dado até 21 de fevereiro para Teerã paralisar as atividades de enriquecimento de urânio. Em relatório na quinta-feira, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) confirmou que o prazo não foi cumprido.

Na próxima semana, os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança (EUA, França, Grã-Bretanha, Rússia e China), mais a Alemanha, se reúnem em Londres para discutir sanções adicionais ao programa nuclear iraniano, além das que já haviam sido definidas numa resolução de dezembro, quando foi proibida a transferência de materiais e tecnologias estratégicos ao Irã.

``Se mostrarmos fraqueza na frente do inimigo, as expectativas vão aumentar, mas se nos erguermos contra eles, por causa dessa resistência eles vão recuar'', disse Ahmadinejad em discurso no norte do Irã, segundo a agência de notícias Isna.

O presidente disse que, quando a República Islâmica fez concessões no programa atômico, o Ocidente simplesmente ampliou suas exigências.

Falando em Viena após reunião com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, o diretor-geral da AIEA, Mohamed El Baradei, disse que ``a porta ainda está aberta, há uma oportunidade para que o Irã e a comunidade internacional retornem à mesa de negociação''. Ele também reiterou a proposta para que as partes envolvidas ``dêem um tempo'', com a suspensão simultânea das sanções e do enriquecimento, para que houvesse um diálogo direto entre Teerã e Washington.

A chanceler (primeira-ministra) alemã, Angela Merkel, cujo país preside a União Européia neste semestre, disse que melhor do que voltar ao Conselho de Segurança seria convencer o Irã a retomar as negociações.

Em entrevista na Austrália, o vice-presidente dos EUA, Dick Cheney, afirmou que os EUA não descartam nenhum tipo de opção para impedir o Irã de ter armas nucleares, mas a Casa Branca prontamente salientou que a preferência continua sendo pela solução diplomática. Teerã garante que seu programa atômico é pacífico.

Em sermão na rádio pública iraniana na sexta-feira, o influente ex-presidente Akbar Hashemi Rafsanjani disse que o Ocidente ``não vai conseguir resultados desse jeito [com sanções]''.

``Só vão criar problemas para si, para o mundo e especialmente para nossa região'', afirmou, aconselhando os iranianos a não usarem palavras que possam causar mais confusão.

``Devemos manter nossa unidade. Extremistas devem controlar sua língua, porque hoje em dia simples declarações podem também trazer perigo à nação islâmica'', declarou, numa aparente referência aos discursos antiocidentais de Ahmadinejad, vistos com maus olhos por moderados como Rafsanjani por acirrar as tensões com os EUA.

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