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O Irã criticou o governo norte-americano nesta terça-feira (7) por causa das novas medidas financeiras para atrapalhar o comércio iraniano. Um calote no pagamento das compras de arroz evidenciou a interferência das sanções nas mercadorias de uso cotidiano. Parlamentares em Teerã prometeram proibir as exportações de petróleo bruto a países europeus antes que um embargo de petróleo da União Europeia entre em vigor.

As sanções norte-americanas, que têm como alvo o banco central iraniano e dão aos bancos dos EUA novos poderes para congelar ativos do governo do Irã, foram as últimas em uma rede de medidas internacionais cujo objetivo é obrigar o país a abandonar atividades nucleares.

"É uma medida antagônica, uma guerra psicológica que não tem nenhum impacto. Não há nada novo, é algo que vem acontecendo há mais de 30 anos", disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Ramin Mehmanparast, referindo-se às três décadas de hostilidades entre iranianos e norte-americanos. Os exportadores de arroz disseram que compradores iranianos não pagaram por 200.000 toneladas de arroz do seu maior fornecedor, a Índia, em outro sinal de que as sanções financeiras ocidentais estão atrapalhando o comércio, mesmo na área de alimentos. Enquanto a desvalorização da moeda, o rial, torna mais caro fazer compras, as sanções estão prejudicando os comerciantes iranianos, que usaram intermediários baseados em Dubai para continuar pagando os fornecedores de arroz indiano. Navios com cargas de grãos estão ancorados fora de portos iranianos, os comerciantes não estão reservando novas cargas e as exportações de alimentos básicos para o Irã, como o milho, estão caindo devido a problemas relacionados a receber pagamento dos compradores. O milho é usado para alimentar o gado e sua redução pode obrigar os pecuaristas a matar os animais. A tensão com o Ocidente aumentou no mês passado, quando os Estados Unidos e a União Europeia buscaram cercar as exportações de petróleo iraniano em um esforço para suspender a suposta busca do Irã por uma bomba atômica.

Mehmanparast disse que a pressão não iria impedir o Irã de continuar aspirando a um programa nuclear que, ele diz, tem apenas propósitos pacíficos. "Nossa história demonstra que sanções, que são totalmente ilógicas, aceleraram o progresso de nossa nação", acrescentou. Atingidos pelo último golpe financeiro do presidente norte-americano, Barack Obama, parlamentares iranianos aceleraram a aprovação de uma lei que obriga o governo a proibir as exportações de petróleo a alguns Estados da UE bem antes que o bloco de 25 nações ponha em vigor seu próprio embargo, em julho. "O projeto de lei foi quase finalizado. Vai obrigar o governo a cortar imediatamente as exportações de petróleo para a UE. A lei também vai proibir a importação de qualquer produto da UE", disse o parlamentar Parviz Sarvari à agência de notícias semioficial Fars.

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