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Disputa

Irã quer mediação árabe na questão nuclear

O negociador nuclear iraniano saudou nesta terça-feira a eventual mediação de vizinhos árabes na disputa em torno do programa nuclear do país, segundo a agência estatal WAM, dos Emirados Árabes Unidos.

O Ocidente acusa Teerã de desenvolver armas nucleares, embora o Irã diga que o programa é exclusivamente pacífico. O tom da disputa vem crescendo e, nesta terça-feira, a República Islâmica ameaçou atacar Israel em reação a qualquer ato "mau" dos Estados Unidos.

- Saudamos a eventual participação do CGC (Conselho de Cooperação do Golfo) em resolver a crise em torno do nosso programa nuclear, para ajudar a afastar a pressão internacional sobre o Irã e poupar a região de mais problemas - disse Ali Larijani à WAM.

Em visita aos Emirados, o negociador iraniano disse que seu país acredita que os líderes árabes do golfo Pérsico não se aliarão aos EUA no confronto com o Irã, porque "estão cientes da política de dois pesos e duas medidas do governo dos EUA na região".

Ele garantiu ao CGC - um bloco pró-americano, que reúne Arábia Saudita, Emirados, Omã, Kuweit, Barein e Catar - que as atividades nucleares iranianas, inclusive a usina de Bushehr, não representam uma ameaça à região.

- Essa usina não emite radiação nociva. Nem contém qualquer combustível nuclear ainda. O combustível será transferido para ele após um ano - afirmou.

Washington não descarta uma ação militar se a diplomacia fracassar, e o Irã promete que nesse caso vai retaliar.

Larijani disse que o Irã ainda está disposto a negociar o seu programa nuclear, desde que os seus direitos não sejam prejudicados. Ele acusou os EUA de provocar divergências na região.

- Os Estados Unidos estão agora plantando as sementes da discórdia entre muçulmanos xiitas e sunitas no Iraque e em outros lugares da região - afirmou.

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