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O Irã rejeitou neste domingo (2) a proposta colocada na sexta-feira passada pela secretária de Estado americana, Hillary Clinton, de iniciar conversas bilaterais diretas sobre o programa nuclear de Teerã, segundo a agência oficial iraniana "Irna".

Ali Saidi, representante perante o Corpo de Guardiões da Revolução do líder supremo, aiatolá Ali Khamenei, disse hoje que a proposta dos Estados Unidos "pretende solapar a determinação nacional dos iranianos e não daria nenhum fruto para o Irã".

Em um encontro com os comandantes do poderoso corpo militar dos Guardiões da Revolução, encarregado da defesa do regime, o representante de Khamenei, que tem um poder onímodo sobre a teocracia muçulmana xiita que governa o Irã, afirmou que, com sua proposta, os EUA pretendem "destruir o sistema islâmico" do país.

Saidi lembrou as sanções impostas ao Irã pelos EUA e disse que esse era um primeiro passo de Washington, ao qual segue a proposta de negociações diretas, para conseguir "seu objetivo de desestabilizar a vontade da nação iraniana e ampliar sua hegemonia no mundo após colocar o Irã de joelhos".

Além disso, em sua opinião, "não há dúvida que na negociação eles pedirão ao Irã que deixe de apoiar ao Hezbollah no Líbano, à resistência palestina perante a ocupação israelense e aos movimentos regionais e aos muçulmanos xiitas".

Para Saidi, os problemas desenvolvidos entre Teerã e Washington nas três últimas décadas "não podem ser resolvidos por meio de negociações", e por isso preveniu o povo iraniano sobre a "guerra psicológica" que, assegurou, desenvolvem os americanos.

"O inimigo está em sua situação mais débil e a resistência da nação iraniana demolirá a dominação da arrogância global", concluiu Saidi.

No dia 30 de novembro, a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, assegurou que o Governo do presidente Barack Obama está "preparado" para entrar em uma negociação bilateral sobre o programa nuclear do Irã.

"Ainda não nos pusemos de acordo, mas seguimos abertos a um debate bilateral", disse a titular das Relações Exteriores americana, depois que Obama se comprometeu em meados de mês passado a "dar um impulso" à negociação com o Irã sobre a questão nuclear.

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