O Irã rejeitou nesta quinta-feira o prazo alegado pelos Estados Unidos para que responda se aceita ou não um pacote apresentado pelas principais potências internacionais com o objetivo de encerrar o impasse referente ao programa nuclear iraniano e assegurou que já entregou sua resposta.
"Essa linguagem do estabelecimento de prazos não é entendida por nós. Nós demos a eles nossa resposta dentro de um mês, como dissemos que faríamos. Agora são eles quem têm de nos responder", declarou o ministro das Relações Exteriores do Irã, Manouchehr Mottaki, em conversa com jornalistas em Teerã.
No último dia 4, o Irã entregou às potências o que qualificou como "uma resposta construtiva e criativa" a uma proposta apresentada em junho pelo chefe de política externa da União Européia (UE), Javier Solana.
No entanto, os EUA vêm insistindo que o Irã precisa dar uma resposta ao pacote até este fim de semana. Ontem, o governo americano advertiu que haveria conseqüência se a república islâmica não se pronunciasse.
Os EUA e alguns de seus aliados suspeitam que o Irã desenvolva em segredo um programa nuclear bélico. O Irã sustenta que seu programa nuclear é civil e tem finalidades pacíficas, estando de acordo com as normas do Tratado de Não-Proliferação Nuclear, do qual é signatário.
Em seus relatórios, os inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) têm informado não haver sinais de um programa nuclear com fins militares e os serviços secretos dos EUA divulgaram relatório há alguns meses afirmando ter evidências de que um programa nuclear militar mantido pelo Irã teria sido encerrado em 2003.
Ainda assim, EUA e Israel não descartam a possibilidade de bombardear o Irã caso o país não desista do enriquecimento de urânio, um processo essencial para a geração de combustível usado no funcionamento das usinas nucleares. Em grande escala, o urânio enriquecido pode ser usado para carregar ogivas atômicas.
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