VIENA - O Conselho da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) aprovou neste sábado, por 27 votos a favor, três contra e cinco abstenções, a denúncia contra o Irã no Conselho de Segurança das Nações Unidas. A resolução, no entanto, não faz menção a eventuais sanções comerciais ao país.

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O Irã está sendo criticado por levar adiante um programa nuclear de enriquecimento de urânio, o que levanta as suspeitas dos Estados Unidos e da União Européia de que Teerã esteja desenvolvendo armas nucleares.

Os países que se abstiveram de votar foram Argélia, África do Sul, Indonésia, Líbia e Bielorrússia. Cuba, Venezuela e Síria foram contra a resolução.

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Por exigência do Egito, o texto final contém uma cláusula mencionando o objetivo de ter um "Oriente Médio livre de armas de destruição em massa", em clara alusão a Israel, país suspeito de ter um arsenal atômico.

Outros países da região, como Síria, também são suspeitos de ter arsenais biológicos ou químicos.

O texto faz uma série de exigências ao Irã, como uma transparência maior e a suspensão de seu programa de enriquecimento de urânio.

Como resposta ao processo, o negociador do Irã em Viena, Javad Vaeedi, disse que o país irá imediatamente proibir as inspeções da ONU em suas instalações nucleares e que irá iniciar um "amplo programa de enriquecimento de urânio".

Ele também afirmou que o fato de o Irã ser reportado à ONU vai representar o "fim da diplomacia" segundo a agência de notícias oficial do país, IRNA.

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Ao participar de uma conferência internacional sobre segurança em Munique, o secretário americano de Defesa, Donald Rumsfeld, pediu que o mundo trabalhe para conseguir uma solução diplomática que ponha fim ao programa nuclear do Irã, referindo-se ao país como "estado incentivador do terrorismo".

Rumsfeld pintou um panorama desolador sobre a guerra contra o terrorismo e pediu a seus aliados que mostrem unidade e que aumentem o gasto militar para derrotar a ameaça de "um império global do extremismo islâmico".

O secretário disse ainda que os terroristas esperam usar o Iraque como "frente central" em sua guerra, convertendo o país em uma zona de recrutamento como a que foi estabelecida no Afeganistão durante o regime talibã.

- Foi declarada uma guerra contra todos os nossos países. Podemos acreditar, como sugerem alguns, que o inimigo não está à nossa porta. Podemos optar por acreditar que a ameaça é exagerada. Mas aqueles que seguem este caminho devem se perguntar: o que acontecerá se estivermos errados?" - questionou.

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