Artilharia de soldados norte-americanos contra alvos na Síria| Foto: Anthony Zendejas/US Defense
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Os bombardeios de retaliação dos Estados Unidos realizados na madrugada deste sábado (3) contra posições de milícias pró-iranianas na Síria e no Iraque mataram cerca de 40 pessoas nos dois países, de acordo com o Observatório Sírio para Direitos Humanos e o governo iraquiano. Irã, Síria e Iraque condenaram esses ataques e os descreveram como uma violação da à soberania nacional.

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Pelo menos 23 pessoas foram mortas no bombardeio dos EUA no leste da Síria, incluindo nove "combatentes sírios", de acordo com o Observatório, uma ONG sediada no Reino Unido com uma extensa rede de colaboradores. Até o momento, o número oficial de mortos na Síria não foi divulgado, embora o Ministério da Defesa do país tenha dito que os bombardeios resultaram na "morte de vários civis e soldados" e em "danos significativos à propriedade pública e privada".

O governo do Iraque denunciou que pelo menos 16 pessoas, incluindo civis, morreram no oeste do país como resultado desses primeiros ataques aéreos dos EUA em retaliação à morte de três de seus militares na Jordânia, atribuída às milícias pró-iranianas no Iraque. O primeiro-ministro do Iraque, Mohamed Shia al Sudani, decretou três dias de luto nacional pelas mortes. Os dias de luto serão implementados "em todos os departamentos e instituições do Estado" em memória "das almas dos mártires das forças armadas e dos civis que morreram como resultado dos bombardeios dos EUA", informou o gabinete do premiê em comunicado.

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O Irã também fez críticas aos Estados Unidos por conta dos ataques. De acordo com veículos iranianos, Hossein Amir Abdollahian, ministro de relações exteriores do país, disse que "os bombardeios acontecem após décadas de esforços americanos em resolver problemas apostando na força e no exército." No entanto, o Irã ainda não falou em retaliar os ataques americanos.

Washington anunciou neste sábado bombardeios contra mais de 85 alvos e instalações ligadas à Guarda Revolucionária do Irã na Síria e no Iraque, "o início" de sua resposta ao ataque contra suas tropas na Jordânia. Em entrevista à NBC News, um funcionário de alto cargo do governo Biden disse que "o Iraque é uma nação soberana e respeitamos seu direito de expressar suas preocupações, mas eles não deveriam estar abrigando esses grupos iranianos em solo iraquiano."

Já o porta-voz do governo iraquiano, Bassam al Awadi, disse em comunicado que "o lado americano deliberadamente enganou e falsificou os fatos ao anunciar uma coordenação prévia para cometer essa agressão, o que é uma falsa alegação com o objetivo de enganar a opinião pública internacional."

O presidente Joe Biden alertou que a resposta de seu país ao ataque às tropas dos EUA na Jordânia continuará conforme Washington considerar necessário. "Nossa resposta começou hoje. Continuará quando e onde quisermos", disse Biden em comunicado divulgado pela Casa Branca, no qual garantiu que os Estados Unidos "não buscam conflitos no Oriente Médio ou em qualquer outro lugar do mundo".

Por sua vez, o movimento xiita libanês Hezbollah, aliado do Irã, condenou com veemência neste sábado os bombardeios de retaliação dos Estados Unidos contra grupos pró-iranianos na Síria e no Iraque e denunciou que contribuem para "desestabilizar a região", palco de uma escalada de tensões decorrentes da guerra na Faixa de Gaza.

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"Essa nova agressão contribui para desestabilizar a região e criar falsas justificativas e pretextos para a continuação da ocupação americana de várias regiões do Iraque e da Síria contra a vontade de seus povos, que anseiam por liberdade e independência", disse o grupo em comunicado. Tanto o Hezbollah como os rebeldes houthis do Iêmen, as milícias pró-iranianas do Iraque e os grupos islâmicos palestinos Hamas e Jihad Islâmica fazem parte da aliança informal do Eixo da Resistência, liderada pelo Irã, com profundo sentimento anti-Israel e anti-EUA.