O Irã irá informar à Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA, um órgão da ONU) quando faltarem seis meses para injetar gás nas dez novas usinas de enriquecimento de urânio que pretende construir, disse a agência estatal de notícias Irna na sexta-feira.
As obras foram anunciadas no domingo, numa aparente retaliação a uma resolução da AIEA crítica ao Irã. Iguais à instalação subterrânea de Natanz, que é monitorada pela AIEA, as novas usinas representam uma grande expansão no programa nuclear iraniano, que o Ocidente teme que esteja voltado para o desenvolvimento de armas - algo que Teerã nega.
Na resolução aprovada na sexta-feira passada, a direção da AIEA condenava o Irã por estar construindo secretamente uma segunda instalação de enriquecimento, perto da cidade de Qom, e exigia sua paralisação.
Um diplomata iraniano envolvido nas negociações disse que Teerã não tem intenção de cooperar com a AIEA além das salvaguardas obrigatórias, segundo a Irna. "De acordo com as salvaguardas, após a instalação dos equipamentos (centrífugas) e apenas 180 dias antes da injeção de gás nas centrífugas (...) devemos informar à AIEA", declarou Abolfazl Zohrehvand, ex-embaixador em Roma.
Estados Unidos e Alemanha reiteraram na quinta-feira que o Irã tem até o final deste mês para responder a uma oferta pela qual enviaria 75 por cento do seu estoque de urânio baixamente enriquecido para a França e a Rússia, e em troca receberia combustível para alimentar um reator de pesquisas médicas em Teerã. O Irã inicialmente aceitou a proposta, mas depois recuou.
O Ocidente espera que a retirada de grande parte do estoque de urânio do Irã iria minimizar o risco de que o país refine o material até o grau de pureza necessário para o uso em bombas.
O Irã pode sofrer novas sanções no âmbito da ONU se rejeitar a oferta feita em outubro por seis grandes potências mundiais.
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