Viena (Agências internacionais) – O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, ordenou que o órgão responsável pelo programa nuclear iraniano acabe com as inspeções repentinas da Organização das Nações Unidas (ONU). A medida foi uma resposta ao Conselho da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), que aprovou no sábado a denúncia contra o Irã no Conselho de Segurança da ONU.

CARREGANDO :)

"Devido à resolução da AIEA, que denunciou o Irã ao Conselho de Segurança (da ONU), a organização deverá parar de forma voluntária a implementação do Protocolo Adicional (protocolo assinado pelo órgão que permitia as inspeções surpresa da AIEA às instalações de pesquisa) e outra cooperação", afirmou o presidente em carta à Organização de Energia Atômica Iraniana.

O presidente justificou que a decisão da AIEA ignorou o direito do Irã de processar o urânio para fins pacíficos, como é garantido pelo Tratado de Não-Proliferação das Armas Nucleares.

Publicidade

O Irã afirmou ontem que vai avaliar uma proposta de Moscou para realizar o enriquecimento de urânio na Rússia. "A situação mudou com a decisão. No dia 16 de fevereiro, vamos conversar com a Rússia", afirmou o porta-voz do ministério das Relações Exteriores iraniano, Hamid Reza Asefi.

A decisão da AEIA foi tomada em Viena, onde 27 dos 35 países representados na AIEA manifestaram apoio à proposta. Também houve três votos contra (Cuba, Síria e Venezuela) e cinco abstenções (Argélia, Belarus, Indonésia, Líbia e África do Sul), segundo um porta-voz da agência.

Aqueles que votaram a favor temem que o governo iraniano desenvolva armas atômicas de destruição em massa. O Irã nega as acusações, alegando que seu programa nuclear é totalmente pacífico. Estes países pedem a suspensão imediata de todas as atividades de enriquecimento de urânio, além de novas medidas para garantir que isso não será feito.