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Oriente Médio

Irã suspende parte do acordo nuclear e ameaça aumentar enriquecimento de urânio

Presidente iraniano, Hassan Rouhani, conversa com o chefe da organização de tecnologia nuclear iraniana, Ali Akbar Salehi
Presidente iraniano, Hassan Rouhani, conversa com o chefe da organização de tecnologia nuclear iraniana, Ali Akbar Salehi, em 9 de abril (Foto: Distribuição/Presidência Iraniana/AFP)

O presidente do Irã, Hassan Rouhani, anunciou nesta quarta-feira (8) que seu país não vai mais cumprir partes-chave do acordo nuclear firmado em 2015, do qual os Estados Unidos se retiraram há um ano.

Em um discurso televisionado, Rouhani disse que o Irã manteria estoques de urânio e água pesada (usada em reatores nucleares) em vez de vendê-los para o exterior. Ele também ameaçou retomar o enriquecimento de urânio em um prazo de 60 dias.

"Estamos prontos para negociar, dentro dos limites do JCPOA (sigla em inglês para Plano de Ação Global Conjunto)", disse ele, referindo-se ao acordo nuclear. "Não fomos nós que deixamos a mesa de negociações".

O acordo nuclear prevê que o Irã venda seu excedente de urânio enriquecido no exterior, já que o material, um subproduto da geração de energia nuclear civil do Irã, pode ser usado na fabricação de armas nucleares. Ao vendê-lo ao exterior, o Irã pode continuar a gerar energia nuclear e as partes do acordo se certificam de que eles não estão construindo armas nucleares.

O discurso de Rouhani coincidiu com o primeiro aniversário da saída dos Estados Unidos do acordo nuclear e ocorre em meio à pressão econômica e militar americana sobre o Irã. No domingo (5), os Estados Unidos enviou um porta-aviões para o Oriente Médio, em uma resposta a indicações de que Teerã planejava atacar aliados americanos na região.

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De acordo com a agência oficial de notícias do Irã, Rouhani enviou uma carta notificando os signatários do acordo nuclear sobre sua decisão. Apesar da saída dos EUA do JCPOA, França, Alemanha, Rússia, China e Reino Unido continuam fazendo parte do acordo.

A ministra francesa da Defesa, Florence Parly, disse que as potências europeias estavam fazendo tudo o que podiam para manter o acordo, mas alertou que haveria consequências e possivelmente sanções se as disposições não forem cumpridas.

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