O ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araqchi| Foto: EFE/Abedin Taherkenareh
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O Irã afirmou que o ditador da Síria, Bashar al-Assad, não lhe pediu ajuda perante o avanço dos rebeldes e culpou o Exército sírio pela queda de seu regime, por não ter reagido diante da velocidade dos acontecimentos.

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“Eles nunca nos pediram ajuda”, disse o ministro das Relações Exteriores iraniano, Abbas Araqchi, em uma entrevista televisiva de última hora neste domingo (8).

O chefe da diplomacia iraniana declarou que o papel de Teerã “não era substituir o Exército para resolver problemas internos”, ao tentar explicar a falta de apoio a um dos seus principais aliados na região.

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“Nossa presença no país era para confrontar o Estado Islâmico”, alegou o ministro.

Araqchi ressaltou que o Irã também ficou surpreendido com a velocidade da ofensiva rebelde, embora tivesse conhecimento dos movimentos da coalizão liderada pela islamita Organização para Libertação do Levante (HTS, na sigla em árabe).

“O que foi surpreendente, no entanto, foi a incapacidade do Exército sírio e a velocidade inesperada dos acontecimentos”, comentou Araqchi, que justificou a falta de ação dos militares do país alegando supostas “operações psicológicas e midiáticas”.

O ministro iraniano também criticou Assad, agora exilado em Moscou, por não dialogar com a oposição no país, algo que disse que Teerã o aconselhou a fazer.

Em relação à nova situação, expressou preocupação de que Israel tentasse “explorar a situação”.

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“Estamos monitorando a situação para garantir que as preocupações existentes não se tornem realidade”, acrescentou.

O Irã era um dos principais aliados de Assad, a quem apoiou na guerra civil vivida no país nos últimos anos.

A Síria de Assad fazia parte do chamado Eixo da Resistência, a aliança informal anti-Israel liderada por Teerã e também composta pelos grupos terroristas palestino Hamas, pelo libanês Hezbollah, pelos rebeldes houthis do Iêmen e por milícias no Iraque.

“É natural que a frente de resistência seja afetada”, afirmou Araqchi, ao reconhecer que a Síria tem sido um dos membros mais importantes do Eixo e “tem desempenhado um papel significativo no confronto com Israel e no apoio aos palestinos”.

No entanto, Araqchi sustentou que a “resistência não irá parar” sem a Síria: “Pode haver algumas limitações às vezes, mas a resistência encontrará o caminho a seguir”.

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Neste sentido, garantiu que o grupo terrorista libanês Hezbollah dispõe de “munições, equipamentos e instalações para os próximos um ou dois anos”.

O Eixo da Resistência liderado por Teerã já sofreu duros golpes desde o início da guerra de Israel na Faixa de Gaza, como a morte do líder político do Hamas, Ismail Haniyeh, e do chefe do Hezbollah, Hassan Nasrallah.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]