O Irã já projetou e testou centrífugas de terceira geração duas vezes mais poderosas que as já em operação, informou a emissora estatal PressTV nesta sexta-feira. A informação foi atribuída ao chefe da Organização de Energia Atômica do país, Ali Akbar Salehi.
As centrífugas giram a velocidades altíssimas para enriquecer o urânio. Esses componentes geram preocupação em nações como Estados Unidos, França e Israel, temerosos do uso que o país persa pode fazer do combustível nuclear. O Irã garante que seu programa tem apenas fins civis e pacíficos, mas Washington e outros temem que haja também um programa secreto para produzir armas nucleares.
O mais recente relatório da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) afirma que o Irã tem 8.610 centrífugas instaladas no complexo de Natanz, onde o urânio é enriquecido. Dessas, 3 772 centrífugas estão de fato enriquecendo urânio, sob supervisão da AIEA. O Irã afirma que instalará mais 50.000 centrífugas em Natanz.
O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, mostrou as centrífugas para um grupo de dignitários locais, após meses de anúncios sobre a produção do novo maquinário, para marcar o Dia Nacional da Tecnologia Nuclear.
Ahmadinejad disse que o Irã não irá desistir das suas conquistas em tecnologia nuclear, embora tenha insistido que seu programa só tem finalidades pacíficas, como a geração de energia nuclear. O Irã será um estado nuclear, insistiu, "queiram ou não os inimigos". Ahmadinejad disse que o Irã se opõe "à bomba atômica. Nós anunciamos isso várias vezes".
As declarações de Ahmadinejad foram feitas um dia depois de a China ter se unido às outras cinco maiores potências do mundo para discutir uma nova rodada de sanções da Organização das Nações Unidas (ONU) contra o país por causa de seu programa nuclear.
Pântano
Os Estados Unidos se envolverão em um pântano, caso decidam realizar o "ato maluco" de atacar o Irã, afirmou nesta sexta-feira o importante clérigo conservador Ahmad Khatami. Conhecido por sua retórica contra os EUA, Khatami analisava durante sermão em Teerã a nova política nuclear norte-americana, anunciada esta semana.
"Nós ouvimos essas ameaças muitas vezes, mas fique claro: se eles realizarem esse ato maluco, então estarão presos em um pântano do qual não serão capazes de sair", afirmou o clérigo. "Lidar com o Irã é brincar com o rabo do leão...se os EUA querem agir loucamente, então os amigos da revolução islâmica irão ameaçar os interesses da América."
Washington nunca descartou um ataque militar contra o Irã, a fim de interromper o controverso programa nuclear do país. Nesta semana, os EUA prometeram só usar armas nucleares em "circunstâncias extremas", mas o presidente Barack Obama citou Coreia do Norte e Irã como exceções nessas novas diretrizes.
Nas últimas semanas, Washington tem atuado internacionalmente para garantir novas sanções a Teerã por seu programa nuclear. O Irã insiste ter apenas fins pacíficos, mas os EUA temem que o país busque armas nucleares.
Khatami é um importante membro da Assembleia dos Especialistas, que supervisiona o líder supremo iraniano. Os EUA e o Irã não mantêm relações diplomáticas desde a Revolução Iraniana de 1979. A animosidade entre os países aumentou desde a posse de Ahmadinejad na presidência, já que a atual administração se recusa a abandonar suas ambições nucleares.
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