O chefe do Poder Judiciário do Irã, Gholamhosein Mohseni Ejei, anunciou que serão executados alguns dos condenados à morte no país por participar dos protestos ocorridos há cerca de dois meses e meio.
Ejei afirmou que algumas das condenações foram por "corrupção sobre a terra" e "guerra contra deus" e já foram confirmadas por instâncias superiores da justiça iraniana.
As penas "serão aplicadas logo", disse o chefe do Poder Judiciário, após reunião do Conselho Supremo do órgão, conforme publica o jornal reformista "Shargh".
Pelo menos seis pessoas foram condenadas a morte pela participação nos protestos que sacodem o Irã desde 16 de setembro, devido a morte de Mahsa Amini.
A jovem faleceu enquanto estava sob custódia da polícia, após ter sido detida por, supostamente, utilizar de maneira incorreta o véu islâmico.
Os conceitos de "guerra contra deus" e "corrupção na terra", utilizados pela justiça do país, compreendem uma série de crimes contra o islamismo e a segurança pública.
As autoridades locais acusaram mais de 2 mil pessoas por diferentes crimes, devido a participação nas manifestações, em que é pedido o fim da República Islâmica. Destas, ao menos 21 poderiam ser condenadas à morte.
Em quase três meses de protestos, mais de 400 pessoas morreram e, pelo menos, 15 mil foram detidas, segundo a ONG Iran Human Rights, que tem sede em Oslo, na Noruega.
Apesar da forte repressão, novas convocações de manifestações foram feitas para os próximos três dias.
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