Irã captura 15 marinheiros britânicos em águas iraquianas
General iraniano afirma que país faz exercícios militares na região. Britânicos alegam que estavam em águas iraquianas.
Grã-Bretanha exige libertação imediata de marinheiros capturados
General iraniano afirma que país faz exercícios militares na região.
Marinheiros britânicos detidos estão bem e em lugar secreto, diz Irã
O governo do Irã disse que os marinheiros britânicos que capturou estão bem, mas não revelou onde eles estão detidos.
O governo do Irã anunciou que vai libertar nesta quarta-feira ou na quinta-feira uma militar que está no grupo de 15 marinheiros detidos na semana passada acusados de estarem em águas iranianas. Faye Turney, de 26 anos, é a única mulher entre os 15 marinheiros presos no Golfo Pérsico. Nesta quarta-feira foram divulgadas por uma TV iraniana as primeiras imagens de alguns dos militares desde a captura . O governo britânico disse temer que os marinheiros tenham sido coagidos a dar declarações de que foram detidos em água iranianas .
A Grã-Bretanha aumentou nesta quarta-feira a pressão sobre o Irã, divulgando dados segundo os quais os 15 militares presos na semana passada estavam em águas territoriais iraquianas.
O Irã insiste, no entanto, que estavam em águas iranianas e disse que os governos dos dois países podem resolver o impasse por meio de "cooperação próxima".
A chancelaria britânica congelou as relações bilaterais e informou que as visitas oficiais entre os dois países e os vistos a autoridades iranianas serão suspensos enquanto os militares não forem soltos.
O primeiro-ministro britânico, Tony Blair, afirmou que a detenção dos marinheiros britânicos pelo Irã foi "completamente inaceitável, errada e ilegal", e que é hora de endurecer a pressão diplomática por sua libertação.
O ministério britânico da Defesa divulgou dados de GPS (posicionamento por satélite) segundo os quais os marinheiros estavam a 1,7 milha náutica da fronteira marítima.
Sob anonimato, uma importante fonte militar britânica qualificou mais tarde a ação iraniana de "não-provocada, imprevista, inesperada e inadequada".
Essa crise se soma à disputa em torno do programa nuclear iraniano, que na semana passada foi alvo de novas sanções do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU).
A chancelaria britânica disse que o embaixador iraniano em Londres foi chamado para uma conversa na terça-feira e que deve ser convocado para uma quinta reunião ainda na quarta-feira.
Não foi possível confirmar as declarações do primeiro-ministro turco, Tayyip Erdogan, de que diplomatas de seu país podem ser autorizados a ver os militares presos. A Grã-Bretanha não comentou a informação.
O incidente, somado a exercícios militares dos EUA no golfo Pérsico, levaram à especulações de que Washington e Londres estariam fazendo preparativos bélicos, o que fez o preço do petróleo ser cotado durante a noite a US$ 68, com alta de cinco dólares, para em seguida recuar para cerca de US$ 64. O extremo-norte do golfo Pérsico, onde ocorreu o incidente, é a principal porta de saída para a produção de petróleo do Irã, do Iraque e do Kuwait.
Os rumores também atingiram os mercados financeiros, já turbulentos após várias semanas de volatilidade. Ações caíram e o iene se fortaleceu. O ouro, considerado um refúgio seguro, chegou a atingir seu preço mais alto em quatro semanas.
Pela primeira vez desde o início da guerra do Iraque (2003), um segundo porta-aviões dos EUA, o John C. Stennis, chegou ao golfo Pérsico para exercícios navais pré-agendados.
O Irã minimizou esses exercícios. "Irã: 'Não há preocupação com os jogos de guerra do Pentágono no golfo Pérsico"', dizia uma legenda que percorria a tela da TV estatal.
A Marinha dos EUA informou que o exercício envolve cerca de 15 barcos, provavelmente durante alguns dias. "Se o Irã vai entender o recado é algo que cabe a eles", disse o comandante Kevin Aandahl, porta-voz da Quinta Frota, com sede no Bahrein.
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