Enquanto o presidente iraniano, Hassan Rouhani, promete uma “reação muito perigosa” se os EUA cometerem mais algum erro, um alto comandante iraniano declara que, em breve, o país poderá realizar uma “vingança mais dura”. As duas declarações foram feitas nesta quinta (9) e se referem ao ataque que matou Qassim Suleimani, comandante das Força Quds, unidade especial da Guarda Revolucionária do Irã.
O alerta do presidente iraniano aconteceu após o pronunciamento de Donald Trump, em uma conversa telefônica entre Rouhani e o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, segundo a agência de notícias Tasnim. Rouhani também ressaltou que os ataques recentes às bases dos EUA no Iraque estão em conformidade com o artigo 51 da Carta da ONU e o direito de defesa do país. "Se os EUA cometerem outro erro, receberão uma reação muito perigosa", alertou Rouhani.
Em declaração à mesma agência iraniana de notícias, o comandante sênior da Guarda Revolucionária, Abdollah Araghi, elevou o tom da ameaça. Ele ressaltou que o país irá “impor uma vingança mais dura contra o inimigo em um futuro próximo” e que o ataque às bases americanas foram “apenas uma das manifestações de nossas habilidades”.
Acordos internacionais
A carta mencionada pelo presidente iraniano, Hassan Rouhani, é o tratado que estabeleceu as Nações Unidas em 1945, logo após a Segunda Guerra Mundial. Ela garante, em seu artigo 51, o “direito inerente de legítima defesa individual ou coletiva no caso de ocorrer um ataque armado contra um membro das Nações Unidas, até que o Conselho de Segurança tenha tomado as medidas necessárias para a manutenção da paz e da segurança internacionais”.
Segundo a agência de notícias Tasnim, o presidente Rouhani criticou o pronunciamento do presidente norte-americano, especificamente sobre o Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA, na sigla em inglês) e a imposição de novas sanções econômicas.
Para o presidente iraniano, a origem da insegurança recente no país está na retirada dos EUA do acordo nuclear. “Essa ação terrorista dos EUA é uma violação a todas as regulamentações internacionais. Eles impuseram sanções contra remédios e alimentos para o povo por dois anos e cometeram um grande crime assassinando o general Soleimani”, afirmou Rouhani.
Ainda de acordo com a agência de notícias iraniana, o presidente Rouhani reiterou que retornará aos compromissos do Plano assim que os estados europeus cumprirem o acordo.