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Ahmadinejad durante coletiva de imprensa: presidente do Irã quer que acordo costurado com auxílio brasileiro seja a base para uma resolução definitiva | Caren Firouz/Reuters
Ahmadinejad durante coletiva de imprensa: presidente do Irã quer que acordo costurado com auxílio brasileiro seja a base para uma resolução definitiva| Foto: Caren Firouz/Reuters

Apelo

ONU pede retomada de conversas

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, pediu por mais negociações sobre o programa nuclear do Irã, afirmando que as novas sanções contra Teerã não devem fechar a porta a uma resolução diplomática do impasse nuclear com o Ocidente.

"Mesmo com a adoção da resolução do Conselho de Segurança com outras sanções, a porta permanece aberta para um acordo negociado," disse Ban a jornalistas.

Ban afirmou ter discutido o tema do Irã com as principais autoridades da União Europeia nos bastidores da cúpula de líderes do Grupo dos 20 países desenvolvidos e em desenvolvimento, no Canadá. Ele pediu que o Irã, os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU e a Alemanha retomem as negociações.

"Eu continuarei a pedir que os líderes do mundo, as partes envolvidas continuem suas negociações para uma resolução mais cedo ou mais tarde desta questão," afirmou ele.

O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, se disse ontem preparado para reatar conversas nucleares no final de agosto, apesar das novas sanções na ONU. Mas condicionou a retomada à integração do Brasil e da Turquia.

Segundo o iraniano, a postergação em dois meses da volta à mesa de negociações é "punição’’ às potências pela aprovação da quarta rodada de sanções contra Teerã no Conselho de Segurança. "Chamamos isso de mau comportamento’’, disse o iraniano a jornalistas na capital do Irã. "É um castigo para puni-las de maneira que aprendam como se comportar em um diálogo com a nação iraniana.’’

Ahmadinejad afirmou que a base das negociações deverá ser a proposta de acordo obtida no mês passado após intervenção brasileiro-turca. A proposta, que prevê o envio de urânio pouco enriquecido à Turquia e o recebimento do material enriquecido a 20% – próprio para uso medicinal – num ano, se baseia em acordo delineado pelo Ocidente no ano passado. Mas o texto foi rejeitado pelos EUA e aliados, que lideraram as gestões pelas novas sanções da ONU. As potências temem que o programa nuclear iraniano possua fins militares – o que o Irã nega.

Brasil e Turquia

O presidente do Irã cobrou ainda a inclusão dos governos do Brasil e da Turquia no grupo que negocia uma solução para o impasse nuclear, hoje formado por EUA, França e Rússia (Grupo de Viena) – aos quais se somam China, Rússia e Alemanha no P5+1.

Segundo Ahmadinejad, os alia­­dos – os únicos membros que votaram contra a resolução da ONU neste mês – são "países independentes’’ que creem em justiça e respeito. O iraniano também cobrou do Ocidente esclarecimentos de sua posição sobre o arsenal nuclear de Israel, o desarmamento nuclear global e se irá às negociações como amigo ou inimigo do Irã.

Ontem, duas empresas de petróleo ocidentais – a francesa Total e a espanhola Repsol – anunciaram a suspensão dos negócios mantidos no Irã, nos primeiros desdobramentos das no­­vas sanções aplicadas contra o país. Além da punição da ONU, medidas adicionais e ainda mais duras já foram aprovadas pelo Congresso dos EUA, e o mesmo deve ocorrer em um mês na União Europeia.

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