Protesto na Itália contra a execução de Sakineh: mobilização mundial| Foto: Creative Commons

Brasil

Itamaraty aguarda confirmação

Agência Globo

Brasília - Até o final da tarde de ontem o Ministério de Relações Exteriores (MRE) ainda não havia obtido a confirmação da execução de Sakineh Ashtiani junto às autoridades iranianas, conforme revelou o Comitê internacional contra o Apedrejamento, ONG que denuncia a violação dos direitos humanos na nação islâmica. A condenação à morte por apedrejamento contra Sakineh, acusada de adultério e envolvimento no assassinato do marido, provocou enorme repercussão internacional e levou o governo brasileiro a fazer repetidos apelos junto ao Irã para a revisão da pena. A sentença de morte por apedrejamento foi revista em agosto e a iraniana deve ser enforcada. De acordo com o presidente da associação Refugiados Políticos Iranianos na Itália, Karimi Davood, o governo Mahmoud Ahmadinejad pretende "enforcar Sakineh em segredo". Segundo o Itamaraty, o governo não vai se pronunciar enquanto não houver a confirmação do cumprimento da sentença.

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A iraniana Sakineh Mohammadi Ashtiani, cuja condenação à morte por apedrejamento provocou uma onda de manifestações na comunidade internacional, seria executada hoje, de acordo com a ONG Comitê Internacional contra Apedrejamento, um grupo com sede na Alemanha. Infor­­mações obtidas pela organização apontam que as autoridades iranianas teriam ordenado a execução na prisão de Tabriz, onde Sa­­kineh está detida. A ONG convocou um protesto em Paris na tarde de ontem, em frente à Embai­­xada iraniana na França, e outro em frente à sede do Parlamento Europeu, em Bruxelas. Outras as­­sociações também realizaram atos de protestos em Paris para exigir a libertação de Sakineh.

Condenação

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Sakineh Mohammadi Ashtia­­ni, 43 anos, foi condenada em 2006 a dez anos de prisão pela acusação de cumplicidade no assassinato do marido e ao apedrejamento até a morte por acusações de adultério, segundo as autoridades iranianas.

A condenação provocou uma enorme campanha internacional para evitar a aplicação da pena, assim como vários questionamentos aos julgamentos. O Brasil foi um dos países que chegou a oferecer asilo à mulher, que tem 43 anos e dois filhos.

Um porta-voz do governo iraniano disse em setembro que a condenação de Sakineh por adultério estava sendo revista, mas ainda permanecia pendente o delito de cumplicidade no assassinato do marido dela. Pela lei islâmica, em vigor no Irã desde a Revolução Islâmica de 1979, o ho­­micídio é punido com enforcamento e o adultério, por apedrejamento. Ontem ainda não ha­­viam sido localizadas autoridades no Irã que confirmassem ou refutassem a notícia.