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Direitos humanos

Iraniana Sakineh está livre, anuncia ONG alemã

Notícia da libertação de mulher condenada à morte no Irã é recebida com cautela por países do Ocidente

Imagem divulgada por tevê estatal iraniana mostra Sakineh em local que seria sua casa, na cidade de Osku , noroeste do Irã | AFP
Imagem divulgada por tevê estatal iraniana mostra Sakineh em local que seria sua casa, na cidade de Osku , noroeste do Irã (Foto: AFP)

Berlim - A iraniana Sakineh Moham­­madi-Ashtiani, condenada a morrer apedrejada, foi libertada, assim como seu filho e seu advogado, informou ontem o Comitê Contra o Apedrejamento, com se­­de na Alemanha. A notícia foi re­­cebida com cautela pela comunidade internacional, diante da falta de confirmação oficial de Teerã.

"Recebemos do Irã a informação de que estão livres", disse Mina Ahadi, porta-voz do comitê. "Esperamos ainda a confirmação. Ouvimos que está livre e também seu filho e seu advogado", disse Ahadi.

Teerã não havia feito qualquer comentário a respeito até o fechamento desta edição. No entanto, fotografias divulgadas no final da tarde de ontem, afiançadas por meios de comunicação do Ocidente, mostram Sakineh supostamente em casa, no do­­min­­go, durante uma breve saída na semana passada para uma en­­tre­­vista a uma emissora de televisão.

As reações da comunidade internacional à notícia da libertação de Sakineh têm sido de cautela. O ministro italiano das Re­­lações Exteriores, Franco Frattini, manifestou satisfação com a no­­tícia, afirmando que este "seria um grande dia para os direitos humanos", mas destacou que "está verificando" a informação, divulgada pelo comitê.

Em Berlim, o ministério alemão das Relações Exteriores assegurou não estar a par das libertações de Sakineh, de seu filho e do advogado. "Não podemos confirmar estas notícias", disse um porta-voz.

Sakineh, uma viúva de 43 anos e mãe de dois filhos, foi detida em Tabriz (noroeste do Irã) e condenada à morte por dois tribunais diferentes em 2006 pelo envolvimento no assassinato do marido. Em 2007, a pena de morte na forca pelo assassinato foi reduzida, em apelação, a 10 anos de prisão, mas a sentença à morte por apedrejamento por adultério foi confirmada no mesmo ano por outra corte de apelação.

A revelação do caso, em julho passado, por associações de direitos humanos, causou uma forte mobilização no Ocidente, onde muitos países e personalidades pediram que a sentença não fosse aplicada, qualificando-a como "selvagem".

Em julho, Teerã afirmou que a sentença havia sido "suspensa" para uma revisão do caso, ainda em curso.

Em 22 de novembro, o chefe do Conselho de Direitos Huma­­nos iraniano, Mohammad Javad Larijani, disse que havia "uma grande possibilidade de que a Justiça iraniana perdoasse a vi­­da" de Sakineh.

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