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Narges Mohammadi

Iraniana vencedora do Nobel da Paz inicia nova greve de fome em solidariedade à minoria religiosa

A jornalista Narges Mohammadi, que recebeu já diversos prêmios relacionados aos Direitos Humanos, cumpre uma pena de 10 anos em Teerã (Foto: EFE/EPA/ABEDIN TAHERKENAREH)

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A iraniana Narges Mohammadi, vencedora do Prêmio Nobel da Paz, iniciará neste domingo (10) uma nova greve de fome, coincidindo com a cerimônia de premiação em Oslo, para mostrar solidariedade à perseguição sofrida pela minoria religiosa bahá'í no Irã, onde se encontra presa, anunciou neste sábado (9) sua família.

O anúncio foi feito durante a tradicional conferência de imprensa no Instituto Nobel, na véspera da cerimônia do Prêmio da Paz, que Mohammadi receberá este ano pela sua luta em defesa dos direitos das mulheres iranianas.

Conforme explicou seu marido, Taghi Rahmani, durante a conferência, no qual também estiveram presentes seus filhos Ali e Kiana, todos exilados na França, a decisão se deve pela falta de liberdade religiosa no país. “A discriminação foi institucionalizada no Irã, o regime é uma teocracia, é o clero que nos governa”, destacou Rahmani.

A religião bahá'í, considerada uma heresia pelos muçulmanos, foi fundada no século XIX por um clérigo xiita iraniano, e atualmente é professada por quase seis milhões de pessoas em mais de 200 países, segundo dados da própria comunidade.

Cerca de 300 mil bahá'ís vivem atualmente no Irã, denunciando perseguições religiosas, prisões e execuções por parte do regime, uma acusação que as autoridades negam.

Mohammadi, de 51 anos, já tinha feito greve de fome de três dias no mês passado para protestar contra a falta de cuidados médicos na prisão e a obrigatoriedade do uso do lenço islâmico, depois de não permitirem sua ida a um hospital para tratamento por se recusar a usar um hijab.

A ativista iraniana cumpre uma pena de dez anos de prisão por “espalhar propaganda contra o Estado” e durante anos têm entrado e saído de prisões. Seu ativismo custou-lhe 13 detenções, cinco penas de 31 anos de prisão no total e 154 chicotadas.

Diante da recusa do regime iraniano em libertar Mohammadi, seu pai e seus filhos estarão presentes amanhã na Câmara Municipal de Oslo para receber o Prêmio Nobel da Paz em seu lugar. (Com Agência EFE)

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