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CINEMA

Iraniano Jafar Panahi leva Urso de Ouro no Festival de Berlim

Polonesa Malgorzata Szumowska (à dir.) venceu o Urso de Prata | Britta Pedersen/Efe
Polonesa Malgorzata Szumowska (à dir.) venceu o Urso de Prata (Foto: Britta Pedersen/Efe)

O filme Táxi, do iraniano Jafar Panahi, é o grande vencedor do 65.º Festival de Berlim.

O Urso de Ouro, prêmio máximo da mostra alemã, foi anunciado no último sábado pelo americano Darren Aronofsky, presidente do júri, que destacou o fato de Panahi usar suas limitações para criar histórias.

Desde 2010, o cineasta de Teerã não pode deixar o Irã, nem tem permissão para fazer filmes.

O Brasil, mesmo sem longas na competição principal, conquistou um importante troféu ontem, o de melhor filme da mostra Panorama, para Que Horas Ela Volta?, de Anna Muylaert.

O Urso de Ouro concedido a Panahi teve um forte caráter político para um festival historicamente reconhecido por selecionar produções que tratam de temas de relevância internacional.

Rodado dentro de um táxi, na fronteira entre documentário e ficção, Táxi traz o próprio Panahi ocupando o papel de taxista, enquanto conversa com passageiros sobre problemas como criminalidade e opressão política no Irã.

Na vida real, o diretor foi perseguido por fazer oposição ao governo e chegou a ser preso. Porém, vem driblando a condenação e lançou três produções depois de processado: Isto Não É um Filme (2011), Cortinas Fechadas (2013) e, agora, Táxi.

Panahi não foi à cerimônia em Berlim. O troféu foi recebido por sua sobrinha, a pequena Hana Saeidi, que atua na produção. Chorando muito, ela levantou o Urso de Ouro no palco do Berlinale Palast, e foi aplaudida de pé.

Já o Urso de Prata do Grande Prêmio do Júri, o segundo troféu mais importante da noite, foi para o chileno El Club, de Pablo Larraín, que aborda temas sensíveis para a Igreja Católica, como a pedofilia de padres.

Personagens

Polonesa e romeno dividem prêmio de direção na Berlinale

O júri decidiu dar dois Ursos de Prata por direção: para o romeno Radu Jude, por Aferim!, e para a polonesa Malgorzata Szumowska, por Body. E os prêmios de atuação foram para Tom Courtenay e Charlotte Rampling, ambos por 45 Years, de Andrew Haigh.

Na mostra competitiva, a única chance que o Brasil tinha de levar um Urso era com um curta-metragem: Mar de Fogo, de Joel Pizzini. Mas quem venceu foi o sul-coreano Hosanna, de Na Young-kil.

Por outro lado, Que Horas Ela Volta? ficou com o troféu da Panorama, numa escolha do público. Junto aos prêmios recebidos no Festival de Sundance, o reconhecimento em Berlim já coloca Que Horas Ela Volta? como um concorrente forte à disputa do Oscar de melhor filme estrangeiro em 2016.

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