Peyman Aref, um ativista e estudante de ciências políticas na Universidade de Teerã, foi libertado no último domingo após passar um ano na famosa prisão de Evin e levar 74 chibatadas por ter "insultado" o presidente Mahmoud Ahmadinejad. Segundo o jornal britânico "Guardian", Aref foi condenado em março de 2010 sob a acusação de servir de "porta-voz" da oposição para a mídia estrangeira. Horas antes de ser libertado, o estudante levou 74 chicotadas por ter supostamente escrito uma carta a Ahmadinejad, em 2009, na qual criticava a repressão do governo à manifestações estudantis.
Aref ainda foi proibido de se unir a organizações partidárias e de se tornar jornalista de qualquer veículo para o resto de sua vida. As chibatadas foram datas por um guarda mascarado e na presença da mulher do ativista e de autoridades da Justiça iraniana. De acordo com um jornalista que trabalha em Teerã, mas não quis ser identificado, a punição não foi dada só para machucar o condenado, mas também para submetê-lo à humilhação.
Mesmo assim, depois de ser libertado com as costas ensanguentadas, Aref não se calou: "Sempre que Ahmadinejad vai para Nova York, à Assembleia-Geral da ONU, ele afirma que o Irã é país mais livre do mundo, mas eu fui brutalmente açoitado em meu país por 'insultá-lo'. O meu crime foi escrever uma carta aberta ao presidente e lembrá-lo sobre o que ele fez com nossos estudantes", criticou o ativista, em entrevista ao site Rahesabz.
Aparentemente, autoridades do Irã se irritaram mais ainda com a carta de Aref pois o estudante se negou, em protesto, a usar a palavra "Salam" como pronome de tratamento ao presidente. Na semana passada, em um incidente separado, outros quatro jornalistas foram presos no Irã por discordarem de políticas do governo.
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