Líderes políticos do Iraque decidiram nesta terça-feira autorizar o governo a participar de negociações com os Estados Unidos para que uma "missão de treinamento permanente" continue em solo iraquiano após o fim de 2011, prazo para que as tropas norte-americanas deixem o país árabe, informou o ministro iraquiano das Relações Exteriores, Hoshyar Zebari.
"Os blocos políticos chegaram a um acordo para autorizar o governo a começar uma negociação com o lado norte-americano limitada a questões de treinamento", declarou o chanceler. O anúncio de Zebari veio à tona depois de uma reunião de líderes políticos iraquianos que estendeu-se por horas e contou com a presença do primeiro-ministro do Iraque, Nuri al-Maliki.
"Isto é uma declaração da intenção de deixar o governo começar a negociar", acrescentou o chanceler. Zebari, que também participou do encontro, disse que "ainda não há detalhes sobre números ou novos acordos" decorrentes da autorização.
A decisão ocorre depois de o almirante Mike Mullen, presidente do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas dos EUA, ter visitado o Iraque para pressionar por uma rápida decisão por parte do governo local.
Mullen também insistiu em que os soldados norte-americanos que permanecerem no Iraque devem gozar de imunidade, impedindo que sejam julgados por crimes que eventualmente venham a cometer enquanto estiverem no país árabe. A questão causa desconforto entre os iraquianos por conta de crimes cometidos por soldados e mercenários norte-americanos ao longo dos últimos anos e cujos autores escaparam impunes.
Atualmente, cerca de 47.000 soldados norte-americanos permanecem no Iraque. Um grupo de exércitos estrangeiros encabeçados pelos EUA invadiu o país árabe em março de 2003 sob o pretexto de buscar armas de destruição em massa que nunca vieram a ser encontradas. As informações são da Dow Jones.