O país com a terceira maior reserva de petróleo do mundo não deveria ficar sem gasolina. Mas o Iraque chegou perto disso. Para economizar o combustível, o governo retirou metade da frota de carros da capital.
Terça-feira foi o primeiro dia da nova regra, e apenas os carros com placas terminando em número ímpar poderiam ir para as ruas. Foi um dia estranho para os motoristas.
Ás 9h (horário local), normalmente o grosso da hora do rush na capital iraquiana, as ruas estavam quase vazias. E as poucas autoridades que pareciam conhecer a lei não a entendiam.
O coronel da polícia Tariq Ismail aparentemente acreditava que a lei visava a melhorar o trânsito e não a reduzir a demanda por gasolina.
- As ruas de Bagdá não conseguem lidar com tamanha quantidade de veículos - disse.
- Muitas barreiras foram colocadas em frente dos prédios do governo, atrapalhando o tráfego - disse, referindo-se às medidas de segurança em toda a Bagdá.
- Uma solução melhor seria a de criar estradas e pontes alternativas.
Na realidade, a lei tem pouco a ver com o trânsito. Ela se deve a anos de subinvestimento nos setores de distribuição e refino de petróleo, que deixaram a produção de 2,5 milhões de barris por dia incapaz de suprir a demanda doméstica por gasolina e outros produtos essenciais do petróleo.
A falta de combustível tornou-se inevitável, criando filas e um mercado negro de gasolina, que, por causa dos subsídios, custa oficialmente apenas um centavo de dólar por litro.
O vice-premier Ahmad Chalabi, que dirige o setor petrolífero, disse que o governo introduziu a lei "para reduzir a demanda intensiva por combustível", descrevendo a decisão como "imperfeita, mas positiva".
Mas os motoristas não pareciam entender isso.
O taxista Amir al-Hameeri não pôde sair com seu carro na terça-feira, temendo uma multa de US$ 20.
- É uma decisão cruel contra os pobres. Como poderei alimentar minha família agora? - perguntou.
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