O Parlamento iraquiano não conseguiu resolver um impasse ontem que ameaça adiar a eleição nacional de janeiro, o que pode afetar os planos dos militares dos EUA de uma retirada parcial no ano que vem. Só restaram alguns dias para o Parlamento analisar o veto do vice-presidente Tareq al-Hashemi à lei eleitoral, que deve ser aprovada 60 dias antes do pleito. A data de 23 de janeiro é vista pela maioria xiita iraquiana como a última possível para a realização da eleição. Se nenhuma solução for encontrada, o Iraque pode ter que adiar a consulta por um mês, para depois do festival religioso xiita do Arbain, uma mudança que diplomatas ocidentais e funcionários da ONU alertaram ser inconstitucional.
"Acho que amanhã será crucial e que o assunto será resolvido", disse Khalid al-Attiya, porta-voz assistente do Parlamento. "Não há acordo, mas há propostas e espero que concordemos sobre um projeto específico amanhã."
Divisor de águas
A eleição é vista como um marco para o Iraque no momento em que o país emerge de anos de conflitos sectários desde a invasão norte-americana em 2003 e começa a se sustentar nas próprias pernas antes da retirada completa dos EUA até 31 de dezembro de 2011.
Em privado, altos funcionários ocidentais e iraquianos dizem que um breve adiamento do pleito pode não ser ruim, pois daria às autoridades eleitorais mais tempo para se preparar.
Mas a constituição estipula que a próxima eleição deve ser realizada até 31 de janeiro, e romper essa barreira poderia criar um precedente perigoso que pode ser explorado no futuro por um governante autoritário, pouco inclinado a realizar eleições programadas.
Um grande atraso também pode afetar os planos dos Estados Unidos para encerrar as operações de combate até 31 de agosto do ano que vem, já que os militares norte-americanos desejam manter um contingente considerável no Iraque até o próximo governo estar empossado e a situação de segurança estar clara.
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