A Suprema Corte do Iraque condenou na terça-feira à morte Tareq Aziz, o político que era o representante no exterior do regime do ditador Saddam Hussein, por ter perseguido partidos islâmicos, informou a assessoria de imprensa do tribunal.
Essa é a primeira condenação de Aziz à pena capital. Antes da derrubada de Saddam, em 2003, Aziz era muito conhecido nas capitais estrangeiras e na Organização das Nações Unidas (ONU). Ele ganhou destaque no governo iraniano na época da invasão iraquiana do Kuwait e depois na Guerra do Golfo, em 1991, quando era ministro de Relações Exteriores do país.
O Vaticano pediu às autoridades iraquianas que não realizem a sentença de morte contra Aziz, que é cristão. Isto, segundo um porta-voz do Vaticano, ajudaria na reconciliação, paz e justiça.
O Vaticano não descartou a possibilidade de fazer uma intervenção humanitária em favor de Aziz, mas disse que o faria através de canais diplomáticos, acrescentou o porta-voz.
No ano passado, Aziz foi condenado a 15 anos de prisão por sua participação na matança de dezenas de comerciantes em 1992 e, depois, a mais 7 anos por seu papel na remoção à força de curdos do norte do Iraque, durante o regime de Saddam.
Aziz se entregou às forças dos Estados Unidos em abril de 2003 e neste ano foi transferido para as autoridades do setor prisional iraquiano.
Em uma entrevista de sua cela ao diário britânico The Guardian, em agosto, ele acusou o presidente dos EUA, Barack Obama, de "abandonar o Iraque aos lobos" por causa do plano norte-americano de retirada de tropas.
A Suprema Corte informou que dois outros réus no mesmo caso foram sentenciados à morte: um ex-ministro do Interior e chefe de inteligência, Sadoun Shakir, e um ex-secretário particular de Saddam, Abed Hamour.
Durante o governo de Saddam somente era autorizado o governista Partido Baath. O ditador, da minoria muçulmana sunita, reprimiu organizações políticas rivais, especialmente os partidos islâmicos da maioria xiita.