Ouça este conteúdo
Um tribunal do Iraque condenou nesta terça-feira (13) 18 policiais à prisão por não terem impedido vândalos de incendiar a embaixada sueca em Bagdá em julho, num protesto em razão de episódios de queima do Alcorão, o livro sagrado do Islã, no país europeu.
A informação sobre as condenações foi veiculada pela agência Reuters, que teve acesso a uma cópia da sentença e confirmou a notícia com dois funcionários do Ministério do Interior.
A decisão aponta que os policiais foram condenados por “absterem-se dos seus deveres de proteger a embaixada sueca e de deter as pessoas que a invadiram e incendiaram”. As sentenças variam de 18 meses a três anos de prisão, mas cabe recurso.
Em julho, em razão da autorização para atos na Suécia com destruição do Alcorão, partidários do líder religioso Moqtada al-Sadr invadiram e incendiaram a embaixada da Suécia em Bagdá.
Em resposta, o governo sueco convocou o vice-embaixador iraquiano em Estocolmo para esclarecimentos. Indignado com a queima do Alcorão, o governo do Iraque ordenou a expulsão do embaixador da Suécia em Bagdá.
Os protestos com queima do Alcorão em frente a embaixadas de países islâmicos na Suécia e na Dinamarca geraram revolta no mundo muçulmano e fizeram Estocolmo elevar o nível de alerta para ataques terroristas.
No final de agosto, o governo da Dinamarca apresentou um projeto de lei para proibir que livros sagrados de qualquer religião sejam queimados em público no país nórdico.
A Suécia informou que não tem por enquanto planos de implementar uma medida semelhante, já que considera que configuraria agressão à liberdade de expressão, mas cogita autorizar que a política intervenha em manifestações desse tipo caso representem uma ameaça à segurança nacional.