Iraque- A Justiça iraquiana condenou ontem à morte por enforcamento Ali Hassan al-Majid, conhecido como "Ali Químico", primo do ex-líder iraquiano Saddam Hussein e uma das figuras mais fortes do antigo regime iraquiano.
Al-Majid foi considerado culpado de genocídio e crimes de guerra por haver comandado a chamada operação Anfal, uma campanha de eliminação da população curda no norte do Iraque em 1988.
Em fevereiro daquele ano, o Iraque lançou gás mostarda e sarin contra áreas curdas, matando cerca de 180 mil pessoas, nas estimativas de organizações de direitos humanos.
Um ex-ministro da Defesa iraquiano, Sultan Hashim Ahmad al-Tai, e um ex-chefe militar, Hussein Rachid al-Tikriti, também foram sentenciados à morte, depois de serem considerados culpados por assassinatos em massa.
Dois outros ex-comandantes do regime iraquiano foram condenados à prisão perpétua, enquanto um sexto réu foi absolvido das acusações.
O ex-líder iraquiano Saddam Hussein também estava sendo acusado de genocídio e crimes contra a humanidade por haver ordenado a operação Anfal, mas sua execução, no dia 30 de dezembro de 2006, abortou o processo.
Em agosto de 2006, por ocasião do segundo julgamento do ex-presidente do Iraque Saddam Hussein, uma das testemunhas de acusação, Ali Mustapha Hama, descreveu o ataque com armas químicas que ocorreu em seu vilarejo, Balisan, em abril de 1987.
Hama afirmou que de oito a 12 jatos bombardearam o vilarejo antes de surgir uma fumaça esverdeada e, minutos depois, um cheiro que parecia de alho ou maçãs apodrecidas. "As pessoas vomitavam... Estávamos cegos. Gritamos. Não havia ninguém para nos salvar, apenas Deus", disse.
No seu depoimento, Hama falou sobre um recém-nascido que tentava "respirar para viver" após o ataque em Balisan, mas respirou os produtos químicos e morreu.
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
A gestão pública, um pouco menos engessada
Projeto petista para criminalizar “fake news” é similar à Lei de Imprensa da ditadura