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Política hídrica

Iraque culpa países vizinhos por falta de água

Um ministro iraquiano responsabilizou o Irã e a Turquia, bem como um inverno seco, pela crescente falta de água sofrida pelo país e pediu a seus vizinhos nesta quarta-feira (1) para compartilharem mais água com Bagdá.

O ministro dos Recursos Hídricos, Abdul-Latif Jamal Rasheed, disse que os dois países construíram um grande número de barragens e reservatórios nos afluentes dos dois principais rios iraquianos, o Tigre e o Eufrates.

Ele disse que está buscando uma "parcela suficiente e justa da água" dos rios, as principais fontes de água dos país, que é composto em grande parte por desertos, por meio de acordos de divisão de água com Ancara e Teerã.

"Temos pedido a eles que assinem tais acordos, mas eles não estão prontos", disse Rasheed. Ele negou-se a comentar se as políticas hídricas dos dois países têm motivações políticas.

"Temos um acordo em andamento com a Turquia, que liberou quantidades plausíveis recentemente", disse ele durante um coletiva de imprensa em Bagdá. "Mas nós não tivermos nenhuma reunião com o Irã, apesar de enviarmos pelo menos uma ou duas cartas por mês para iniciar as negociações".

O diretor geral da central do Ministério de Recursos Hídricos, Aoun Thiab Abdullah, disse que os Iraquianos pediram aos países vizinhos que dobrem o fluxo de água nos rios.

Autoridades iranianas e turcas não fizeram comentários sobre a exigência iraquiana.

No mês passado, o presidente turco Abdullah Gul prometeu, durante uma visita a Bagdá, a elevar a quantidade de água liberada no Tigre, que flui através da Turquia.

A falta de água pode afetar a disponibilidade de eletricidade do Iraque, já que fluxos menores significam que as usinas hidrelétricas não podem funcionar a plena capacidade. A seca também pode reduzir a produção agrícola do país, forçando o Iraque a importar mais comida.

Rasheed também disse que os níveis de água nos afluentes iraquianos recuaram entre 40% e 50% em relação ao que eram depois da queda de Saddam Hussein, em 2003.

Em retaliação a um fracassado levante xiita no sul, em 1991, Saddam desviou o fluxo do Tigre e do Eufrates para drenar uma região pantanosa. Isso fez com que a região se tornasse desértica e resultou na mudança de centenas de milhares de habitantes do local.

Desde 2003, os esforços para restaurar a região de pântano tem gradualmente reabilitado a região e alguns habitantes têm retornado à área. No mês passado, o governo iraquiano e agências da Organização das Nações Unidas (ONU) lançaram um plano de US$ 47 bilhões para restaurar os pântanos. As informações são da Associated Press.

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