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O Iraque executou na segunda-feira Ali Hassan al-Majeed, primo e capanga de Saddam Hussein conhecido pelo apelido de "Ali Químico", por crimes contra a humanidade.

Suicidas lançaram ataques coordenados contra a capital iraquiana, detonando três carros-bomba diante de hoteis bem conhecidos na cidade. Os ataques deixaram mais de 30 mortos e pelo menos 71 feridos.

"A sentença de morte contra Ali Hassan al-Majeed foi aplicada hoje", disse o porta-voz do governo Ali al-Dabbagh.

Majeed, que ganhou seu apelido devido ao uso que fez de gás tóxico, foi executado por enforcamento, disse um comunicado do governo.

Ele tinha recebido quatro condenações à morte, a última das quais há uma semana, por um ataque contra a cidade curda iraquiana de Halabja no qual milhares de pessoas foram mortas.

No comunicado, Dabbag disse que Majeed não foi submetido a abusos durante sua execução, diferentemente dos insultos lançados contra o próprio ditador sunita Saddam Hussein por observadores xiitas quando ele foi enforcado, em dezembro de 2006.

"Todos respeitaram as instruções do governo, e o condenado não foi submetido a qualquer infração, a palavras de ordem, palavras de abuso ou insultos", disse o porta-voz.

Não ficou claro se Majeed foi enforcado antes ou depois da série de explosões suicidas coordenadas próximas a hoteis conhecidos de Bagdá, nas quais morreram mais de 30 pessoas.

As explosões foram o quarto ataque coordenado por suspeitos insurgentes sunitas contra alvos na capital desde agosto do ano passado, tendo como objetivo enfraquecer o governo, liderado por xiitas, no período que antecede a eleição parlamentar de 7 de março.

Majeed era notório por sua crueldade ao esmagar os adversários de Saddam. Muitos iraquianos o temiam mais que ao próprio líder.

Ele foi capturado em agosto de 2003, cinco meses depois de as forças americanas terem invadido o Iraque e derrubado Saddam.

Majeed foi condenado à forca em junho de 2007 por sua atuação em uma campanha militar contra curdos étnicos. Conhecida pelo codinome Anfal, a campanha durou de fevereiro a agosto de 1988.

Em dezembro de 2008 "Ali Químico" recebeu outra sentença de morte por sua atuação na repressão a uma revolta xiita após a Guerra do Golfo, de 1991, e em março de 2009 foi novamente condenado à morte por seu envolvimento no massacre e deslocamento de xiitas em 1999.

Sua sentença de morte final foi anunciada em 17 de janeiro pelo massacre de Halabja, no qual o exército iraquiano usou gás tóxico contra curdos. Cerca de 5.000 pessoas teriam sido mortas.

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