Soldados fiéis ao clérigo xiita Moqtada al-Sadr marcham durante treino militar na cidade sagrada de Najaf: o Exército Mahdi também combate os terroristas sunitas que assombram o Iraque| Foto: Ahmad Mousa/Reuters

Bagdá luta para manter controle de refinaria

Agência Estado

Unidades da elite de contraterrorismo do Iraque, apoiadas por helicópteros e outras forças de segurança, lutam com insurgentes pelo controle da principal refinaria de petróleo do país, tentando evitar que a central de combustível que abastece Bagdá e grande parte do restante do território caia nas mãos dos rebeldes sunitas.

Os helicópteros bombardearam posições do Estado Islâmico do Iraque e do Le­­vante (EIIL) e do grupo al-Sham dentro da refinaria ao norte da cidade de Beiji, disse um funcionário da estatal de petróleo.

Dois tanques de armazenamento de combustível estavam em chamas depois de horas de combates, que começou antes do amanhecer de quarta-feira quando militantes sunitas atacaram o local com morteiros e metralhadoras, disse outro funcionário da empresa.

Na televisão estatal Ira­­qiya, um porta-voz militar, o general Qassim Atta, insistiu que a refinaria estava sob controle completo do governo, contrariando funcionários do Ministério do Petróleo e outras autoridades que chegaram a afirmar que a instalação estava, ao menos em parte, nas mãos dos insurgentes.

O premiê iraquiano, Nou­­ri al-Maliki, culpou a Arábia Saudita e outros países (sem especificar quais) pela conspiração que ocasionou no ataque militar e posterior tomada de controle da segunda maior cidade do país, Mossul, e de outras vilas e cidades no norte.

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O ministro das Relações Exteriores do Iraque, Hoshyar Zebari, afirmou ontem que Bagdá havia pedido formalmente aos Estados Unidos que bombardeiem as posições do Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL), dentro de cidades importantes no norte do país.

No entanto, autoridades dos EUA disseram que o presidente Barack Obama mudou de opinião sobre ataques aéreos como uma opção imediata, em parte porque não está claro se eles teriam o efeito desejado. Essa não é, no entanto, uma posição definida em Washington, que pode aprovar bombardeios limitados se alvos mais fortes emergirem.

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Antes do encontro na Casa Branca, o líder da maioria no Senado, o democrata Harry Reid, disse que os EUA não deveriam enviar tropas para o que ele classificou como "guerra civil" no Iraque.

"É hora de os iraquianos resolverem os problemas por si próprios", disse Reid, senador por Nevada. Contrariando os críticos que atribuem a atual violência no Iraque à retirada das tropas americanas, Reid disse "que aqueles que atacam o presidente Obama por trazer nossas tropas para casa estão errados e fora de sintonia com o povo americano. Os americanos já tiveram guerra o suficiente".

As declarações de Reid foram feitas antes da reunião na Casa Branca entre o líder da minoria no Senado, Mitch McConnell, o presidente da Câmara, John Boehner, e a líder da minoria na Câmara, Nancy Pelosi.

Recentemente, Obama des­­cartou a possibilidade de enviar novas tropas de combate para o Iraque, mas notificou ao Congresso que ordenou que 275 tropas norte-americanas dentro e ao redor do Iraque se posicionem e deem apoio e segurança aos interesses dos EUA.

Os altos funcionários da Casa Branca também estão sinalizando com a possibilidades de uma aliança com o Irã contra os insurgentes no Iraque, o que foi contestado por Boehner, que se opõe à aliança com Teerã alegando que a república islâmica patrocinou o terrorismo na região.

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O Irã é também o principal aliado da Síria, onde luta ao lado de Bashar Assad contra os rebeldes em várias cidades do país.

Confiança

O chefe de gabinete do presidente Hassan Rouhani, Mohammad Nahavandian, disse ontem a repórteres em Oslo que Teerã poderia trabalhar em cooperação com os EUA para a resolução da crise de segurança no Iraque se as negociações sobre o seu programa nuclear forem bem-sucedidas. As conversações nucleares seriam um teste para a "construção de confiança".