As agências de inteligência dos Estados Unidos tornaram públicos nesta quinta-feira (23) relatórios que mostram que o governo do Iraque ficará mais instável nos próximos meses. Já a segurança vai melhorar modestamente, apesar de a violência sectária permanecer elevada.

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Parte da "Estimativa de Inteligência Nacional" tornada pública afirma que houve "melhorias mensuráveis, mas desiguais" na segurança do Iraque desde janeiro, quando o presidente George W. Bush determinou o envio de tropas adicionais.

Líderes políticos norte-americanos vêm cobrando mais realizações do primeiro-ministro iraquiano, Nuri Al Maliki. A impopular guerra do Iraque deve ser um dos principais temas das eleições presidenciais de 2008 nos EUA. Os pré-candidatos democratas e mesmo alguns republicanos propõem desocupar o país.

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O relatório põe em dúvida a capacidade de Maliki para resolver as divisões sectárias, um dos itens cobrados pelos Estados Unidos.

"Acordos políticos amplamente aceitos necessários para a segurança sustentada, para o progresso político de longo prazo e para o desenvolvimento econômico dificilmente surgirão caso não haja uma mudança fundamental nos fatores que guiam os fatos políticos e de segurança no Iraque", diz o documento.

O gabinete de Inteligência Nacional divulgou o relatório numa semana em que Bush deu a entender que seu apoio a Maliki estava se esgotando. Mas ontem o presidente dos EUA se retratou. O relatório

Em meados de setembro, o comandante militar dos EUA no Iraque, general David Petraeus, e o embaixador em Bagdá, Ryan Crocker, entregam um relatório considerado essencial na decisão de manter ou retirar as forças do Iraque.

O relatório de inteligência diz que as críticas de algumas facções do governo, inclusive da maioria xiita, além de curdos e árabes sunitas, vão agravar as incertezas sobre o governo Maliki.

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"O governo iraquiano vai se tornar mais instável ao longo dos próximos 6-12 meses", afirma o relatório, segundo o qual a presença militar contribuirá para uma melhora modesta na segurança, embora "os níveis de violência insurgente e sectária permanecerão elevados e o governo iraquiano vai continuar lutando para alcançar a reconciliação política em nível nacional e uma melhor governabilidade".

As críticas a Maliki dentro do governo Bush vêm se tornando mais abertas nos últimos meses. Em novembro, um relatório do assessor de Segurança Nacional da Casa Branca, Stephen Hadley, dizia que o primeiro-ministro parecia ser "ou ignorante do que está acontecendo, ou representando mal suas intenções, ou que suas capacidades ainda não são suficientes para transformar suas boas intenções em ações".

Na terça-feira, Bush manifestou frustração com a liderança iraquiana, mas na quarta disse que Maliki é "um bom homem com um trabalho difícil".

Também a oposição democrata faz críticas ao primeiro-ministro iraquiano, que nesta semana reagiu, dizendo que ninguém de fora do Iraque tinha o direito de impor prazos para o progresso.

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