O Iraque proibiu que o vice-presidente sunita Tareq al-Hashemi saia do país, disse uma fonte de segurança nesta segunda-feira (19), aumentando a crise política sectária logo depois da partida do último soldado norte-americano.
A conclusão da retirada norte-americana no domingo pôs fim a quase nove anos de guerra, mas deixou muitos iraquianos temerosos de que uma paz instável entre a maioria xiita e os sunitas possa entrar em colapso, reacendendo a violência sectária.
"Recebemos a proibição de viagem para Hashemi", disse a autoridade da área de segurança, acrescentando que a proibição foi emitida por cinco juízes que investigam alegações contra o líder sunita.
O primeiro-ministro Nuri al-Maliki, um xiita, também pediu ao Parlamento um voto de desconfiança contra outro político sunita, Saleh al-Mutlaq, que é vice-primeiro-ministro, sob a acusação de que ele não tinha fé no processo político.
Hashemi e Mutlaq são líderes do bloco Iraqiya, um grupo secular apoiado pela minoria sunita que se uniu relutantemente ao governo de unidade de Maliki e recentemente boicotou as sessões parlamentares depois de reclamar de estar sendo marginalizado, embora seja o maior bloco único na assembleia.
Forças de segurança e parlamentares disseram no domingo que um mandado de prisão foi emitido para Hashemi, um dos dois vice-presidentes iraquianos, mas que políticos sunitas e xiitas intervieram para suspendê-lo.
Fontes de segurança, que pediram anonimato, disseram que o mandado foi emitido depois que guarda-costas de Hashemi, que foram presos há duas semanas, acusaram-no de ligações com terrorismo.
Em um comunicado divulgado na segunda, Hashemi acusou o governo de Maliki de "assédio deliberado" depois que seu avião foi detido durante três horas no aeroporto de Bagdá. Ele seguia para a cidade curda de Sulaimaniya para se encontrar com o presidente iraquiano.
Forças de segurança prenderam três guarda-costas de Hashemi no caminho do aeroporto, dizia o comunicado. As forças militares que cercam há semanas a casa de Hashemi foram reforçadas.
"O vice-presidente vem sendo muito paciente e está esperando uma explicação razoável dos partidos do governo envolvidos", dizia o comunicado. "Ele exige a libertação imediata dos três funcionários que foram detidos sem ordem judicial para prendê-los."
A renovada luta política interna ofuscou a retirada norte-americana e dominou as manchetes dos jornais iraquianos na segunda-feira. Temendo um aprofundamento da crise que poderia empurrar o Iraque de volta a confrontos sectários, políticos iraquianos estavam reunidos com Maliki e outros líderes para conter a disputa.
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