O Iraque quer remover qualquer possibilidade de que as tropas dos Estados Unidos fiquem no país após 2011, da proposta de acordo de segurança entre os dois países em negociação. A informação partiu de um parlamentar xiita próximo ao primeiro-ministro do Iraque, Nouri al-Maliki. O atual pacto em discussão determina que os soldados americanos deverão deixar o Iraque até 31 de dezembro de 2011, a menos que o governo iraquiano peça aos EUA que mantenham suas tropas para ajudar no treinamento das forças locais e em outras missões.
Mas o parlamentar Ali al-Adeeb, que integra o círculo do primeiro-ministro, disse que o governo do Iraque quer remover qualquer possibilidade de permanência das tropas norte-americanas após 2011. "O lado iraquiano quer remover qualquer menção a uma possibilidade da extensão (do mandato) das tropas americanas, porque teme que a cláusula existente possa ter uma interpretação distorcida. As forças multinacionais poderão pedir uma extensão, ao depender da avaliação que elas farão das forças de segurança ou da prontidão incompleta das forças iraquianas", disse al-Adeeb à Associated Press.
Ele também disse que os iraquianos desejam que um comitê formado tanto por norte-americanos quanto por iraquianos decida se soldados dos EUA acusados de crimes contra iraquianos, fora das bases militares, estavam realmente em missões autorizadas. O texto atual do pacto dá aos tribunais iraquianos poderes limitados sobre soldados americanos acusados de crimes graves cometidos fora dos quartéis e fora de serviço.
No dia 31 de dezembro de 2008 irá expirar o mandato que a Organização das Nações Unidas (ONU) concedeu aos EUA para manterem tropas no Iraque. Sem um acordo com o governo iraquiano ou um novo mandato da ONU, os militares norte-americanos terão que suspender todas as operações no Iraque. O governo iraquiano pediu nesta semana aos norte-americanos por mudanças nos termos do pacto, antes de apresentá-lo para votação no Parlamento.
"Nós aguardamos uma resposta dos negociadores americanos, sobre quanto e o quê eles poderão acomodar no acordo", disse o ministro do Exterior do Iraque, Hoshyar Zebari. "Ambos os lados chegaram à hora da verdade. A janela de tempo está se fechando e uma decisão precisa ser tomada o mais rápido possível.