O ministro iraquiano das Relações Exteriores, Hoshyar Zebari, anunciou nesta quarta-feira (18) que Bagdá pediu oficialmente aos Estados Unidos que realizem ataques aéreos contra os jihadistas, que protagonizam uma ofensiva no Iraque.
"O Iraque pediu oficialmente ajuda a Washington em virtude do acordo de segurança (com os Estados Unidos) para realizar ataques aéreos contra os grupos jihadistas", declarou Zebari aos jornalistas em Jidá, na Arábia Saudita.
O movimento radical islâmico Estado Islâmico no Iraque e no Levante (EIIL) tomou cidades iraquianas nas últimas semanas e, agora, avança rumo à capital Bagdá.
O objetivo dos extremistas é estabelecer um califado islâmico no Iraque e na região do Levante (que toma territórios de Síria e Líbano).
Mais cedo, o primeiro-ministro Nuri al-Maliki havia feito um discurso à nação no qual afirmou que suas tropas só sofreram "um revés, mas não uma derrota".
Maliki desmentiu que a maioria dos voluntários para lutar contra a insurgência sejam xiitas e antecipou que esses milicianos "se transformarão no pilar do novo Exército iraquiano" -o político é um xiita odiado pelos insurgentes sunitas e de forma mais geral pela minoria sunita no Iraque.
O porta-voz das forças de segurança iraquianas garantiu que libertará a estratégica cidade xiita de Tal Afar (noroeste), em parte controlada pelos insurgentes, "antes do amanhecer de quinta-feira".
Movimentação
Outras tropas seguem rumo a Mossul, a segunda maior cidade do país, também controlada pelos jihadistas.
No exterior, a Arábia Saudita advertiu para o risco de uma guerra civil, enquanto o Irã afirmou que fará tudo para proteger os lugares santos do islã xiita no Iraque.
O jornal americano "The New York Times" afirmou nesta quarta que os insurgentes tomaram o controle da principal refinaria de petróleo do país, em Baiji, na província de Saladino. Os combates em torno do prédio já duravam dias, e os empregados estrangeiros da refinaria já tinham deixado o local.
Também nesta quinta, a Índia informou que 40 cidadãos indianos são dados como sequestrados, no Iraque.
VítimasO coordenador geral da ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF) no Iraque, Fabio Forgione, pediu, em comunicado, que os envolvidos no conflito deixem de atacar instalações médicas, funcionários do setor e civis de maneira geral.
A ONG criticou o ataque sofrido por um hospital na cidade de Tikrit, capital da província de Saladino, ao norte de Bagdá, durante um bombardeio na semana passada.Além disso, denunciou que 40 mil pessoas tiveram de se deslocar pelo aumento da violência no país. Forgione disse que a população "necessita urgentemente de água, refúgio, alimentos e atendimento médico".
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