O Iraque renovou nesta segunda-feira os apelos à Organização das Nações Unidas (ONU) para que realize uma investigação sobre o apoio dado por alguns países a grupos insurgentes, depois que dois ataques suicidas contra edifícios do governo em Bagdá mataram no domingo mais de 150 pessoas.
O ministro de Relações Exteriores, Hoshiyar Zebari, disse que o banho de sangue de domingo reforçou a necessidade de a comunidade internacional ajudar o Iraque a se defender contra atentados com bomba em um momento em que o país emerge de anos de conflito sectário, desencadeado pela invasão dos Estados Unidos, em 2003.
"As explosões sangrentas de domingo fortalecem o pedido do Iraque à ONU e ao Conselho de Segurança para que nomeiem um enviado internacional sênior para avaliar o grau de interferência que busca atingir a estabilidade do país", disse Zebari à TV al-Arabiya.
"Acredito que isso será alcançado logo, especialmente depois que as explosões (de domingo) confirmaram que essa questão é vital e importante. Nós precisamos da ajuda da comunidade internacional."
Em Washington, uma autoridade no Departamento de Estado disse que os Estados Unidos apoiam uma investigação para ver se houve envolvimento estrangeiro nos ataques.
"Nós apoiaríamos a ideia de a ONU indicar uma autoridade sênior para ir ao Iraque e examinar essas alegações muito sérias", disse o porta-voz do Departamento de Estado, Ian Kelly.
"O que aconteceu foi tão totalmente horripilante que as circunstâncias que cercam isso precisam ser examinadas", disse ele.
No total, a violência no Iraque caiu drasticamente nos últimos 18 meses, à medida que diminuiu o conflito entre a minoria muçulmana sunita, que antes dominava o país, e a maioria muçulmana xiita. Mas uma teimosa insurgência de islamistas sunitas continua a realizar atentados regulares com bombas.
O Iraque responsabilizou a rede Al Qaeda e partidários do Partido Baath, de Saddam Hussein, pelo ataque de domingo contra o Ministério da Justiça e o governo provincial de Bagdá e pelos atentados de 19 de agosto contra os ministérios das Finanças e de Relações Exteriores.
O governo acusa a vizinha Síria de conceder refúgio para os baathistas que organizam os ataques.