Autoridades iraquianas suspenderam neste domingo (28) as atividades da rede pan-árabe de televisão Al Jazeera e de mais nove canais, acusando-os de instigar a tensão entre xiitas e sunitas no país árabe.
Nos últimos dias, a repressão do governo a uma onda de protestos até então pacíficos da comunidade sunita e outros choques sectários provocaram a morte de mais de 180 pessoas no Iraque.
A suspensão à Al Jazeera e aos outros nove canais de televisão entrou em vigor imediatamente, decidiu a Comissão de Comunicação e Mídia do Iraque. Com exceção da Al Jazeera, que tem sede no Catar, os outros nove canais são iraquianos. Destes, oito são ligados a grupos sunitas e um a xiitas.
Os iraquianos poderão continuar assistindo à programação dos dez canais em questão. A suspensão essencialmente impede as emissoras de realizarem atividades jornalísticas em solo iraquiano.
A Al Jazeera declarou-se "surpresa" com a decisão. O deputado sunita Dahfir al-Ani qualificou a medida como uma tentativa do governo, dominado por xiitas, de "acobertar" os últimos acontecimentos.
Na terça-feira, forças de segurança iraquianas invadiram um acampamento de protesto em Hawija, na região central do país. Pelo menos 23 pessoas morreram nos confrontos entre policiais e manifestantes. Nos dias que se seguiram, mais de 160 pessoas morreram em choques com forças de segurança e outros episódios de violência.
O governo, por sua vez, acusa as emissoras punidas de inflamarem a tensão sectária depois dos choques em Hawija. As informações são da Associated Press.