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Violência

Iraque tem 100 mortos em 24 horas e aumenta pressão sobre Bush

Mais de 100 pessoas foram mortas em 24 horas no Iraque e homens armados atacaram nesta segunda-feira o quarto político importante do país em três dias, aumentando a pressão para que o governo iraquiano atue para interromper a espiral de violência sectária.

A pressão para o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, mudar de táticas vem crescendo e seu aliados estão pedindo para que se aproxime dos adversários sírios e iranianos para tentar ajudar a estabilizar o Iraque. Diante deste cenário, o ministro do Exterior da Síria visitou Bagdá pela primeira vez desde a invasão liderada pelos EUA, em março de 2003.

As tensões sectárias chegaram na última semana ao seu pico dentro do governo de união nacional, que ainda não tomou decisões sobre temas cruciais seis meses depois de assumir, em 20 de maio.

O vice-ministro da Saúde, Hakim al-Zamily, disse que seu comboio foi atacado por homens armados nesta segunda-feira, perto de uma região de Bagdá chamada Fadhil, onde os ataques insurgentes são frequentes. Ele foi a segunda autoridade importante do Ministério da Saúde atacada em dois dias.

``O comboio foi bloqueado por diversos carros e fomos atingidos por tiros disparados de dentro dos carros e ao redor'', disse ele à Reuters. ``Dois dos meus guardas foram mortos, mas conseguimos lutar e escapar.''

Não ficou claro de imediato a qual grupo ou seita Zamily pertence, apesar do Ministério da Saúde ser chefiado pelo grupo xiita leal ao clérigo Moqtada al-Sadr.

Uma bomba atingiu o comboio de outra autoridade ministerial, Mohammed al-Oreibi, disse um representante do partido secular liderado pelo ex-premiê Iyad Allawi. Ninguém ficou ferido na explosão.

No domingo, o também vice-ministro da Saúde Ammar al-Saffar, xiita membro do partido Dawa, o mesmo do primeiro-ministro Nuri al-Maliki, foi sequestrado em sua casa por homens vestidos com uniformes. Outro político xiita importante foi morto a tiros no domingo.

SEQUESTRO SEM RESOLUÇÃO

Na semana passada, dezenas de empregados do Ministério da Educação Superior, liderado por sunitas, foram sequestrados por homens armados vestidos com uniformes da polícia. Segundo testemunhas, eles foram levados para Sadr City, base da milícia xiita na zona leste de Bagdá.

O Ministério do Interior, dirigido por xiitas, rejeitou as alegações do ministério da Educação Superior de que cerca de 60 pessoas ainda estão desaparecidas e que algumas foram torturadas e mortas.

Uma autoridade do ministério da Educação Superior disse nesta segunda-feira que outros quatro reféns foram libertados no domingo e que afirmaram ter visto um empregado chamado Hameed al-Jouani sendo morto pelos sequestradores.

Uma explosão suicida matou 22 trabalhadores xiitas pobres no domingo, em ataque que um grupo islâmico sunita disse ter sido uma vingança pelo sequestro coletivo atribuído a milicianos xiitas.

O Exército dos EUA disse que forças especiais iraquianas, com apoio de consultores norte-americanos, fizeram uma operação em uma mesquita de Sadr City nesta segunda-feira em busca de uma célula de sequestradores, mas não ficou claro de imediato se há conexão com o caso do ministério.

No domingo foram encontrados 45 corpos em Bagdá, aparentemente vítimas de sequestros e esquadrões da morte. Foram registradas mais de 100 mortes no Iraque desde a manhã de domingo.

Mais 14 corpos foram encontrados ao sul de Bagdá nesta segunda-feira, disse uma fonte do Ministério do Interior. Acredita-se que sejam de 14 pessoas sequestradas em suas casas no domingo, em um bairro sunita da capital.

Uma autoridade do hospital Yarmuk, em Bagdá, disse que durante seu turno de oito horas no domingo recebeu 37 corpos de membros de uma família -- número alto mesmo nos padrões de Bagdá.

Um fuzileiro naval dos EUA também foi morto em ação no domingo.

Na primeira visita de um ministro sírio desde a queda de Saddam Hussein, o ministro do exterior Walid al-Moualem ressaltou que não foi ao país para agradar as forças estrangeiras.

``Apoiamos o governo eleito e a reconciliação nacional... Apoiamos a união do Iraque e acho que um calendário para a retirada das forças de ocupação dos EUA do Iraque vai reduzir a violência'', disse.

O porta-voz do governo do Iraque, Ali al-Dabbagh, disse que autoridades vão pressionar Moualem a evitar que combatentes sunitas da Al Qaeda cruzem sua fronteira, para cortar assim o apoio a seguidores baathistas de Saddam, e parar de dar abrigo aos ex-aliados do presidente deposto.

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