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Violência

Iraque tem 56 mortos em onda de violência

Médicos iraquianos transportam ferido após a operação desta terça-feira (23) | Khalil Al-Anei/EFE
Médicos iraquianos transportam ferido após a operação desta terça-feira (23) (Foto: Khalil Al-Anei/EFE)

Forças de segurança invadiram nesta terça-feira (23) um acampamento de protesto no norte do Iraque, dando início a uma onda de violência que resultou na morte de pelo menos 56 pessoas em diferentes cidades do país árabe.

O acampamento de protesto foi armado há quatro meses por integrantes da comunidade sunita da província de Kirkuk. Eles se queixam de negligência por parte do governo iraquiano, dominado por políticos xiitas.

A invasão ao acampamento em Hawija, cerca de 240 quilômetros ao norte de Bagdá, começou ainda durante a madrugada. A operação ocorre apenas quatro dias depois de um ataque a um posto militar na cidade.

O Ministério da Defesa da Iraque informou que 23 pessoas morreram hoje em Hawija, inclusive três soldados e milicianos sunitas que, segundo o governo, aproveitavam o acampamento para se esconder das autoridades locais.

Em sua versão dos acontecimentos, o Ministério da Defesa assegura que soldados avisaram aos manifestantes para que se retirassem pacificamente. Pelo menos 75 pessoas foram detidas e diversas armas foram apreendidas, inclusive metralhadoras, granadas de mão, adagas e espadas.

Filmagens feitas por cinegrafistas amadores publicadas no YouTube mostram a tropa de choque da polícia investindo contra um grupo de homens. Pelo menos quatro caminhões com canhões d'água aparecem nas imagens. Diversos civis podiam ser vistos empunhando espadas e é possível ouvir a polícia ordenando a eles que recuassem enquanto um helicóptero sobrevoa o acampamento.

A ação policial contra o acampamento causou revolta entre integrantes da comunidade sunita à medida que a notícia se espalhava. Pouco depois, 13 homens armados morreram durante um ataque a postos militares nas cidades de Rashad e Riyadh, ambas na província de Kirkuk.

Em Faluja, os alto-falantes das mesquitas foram usados para convocar os moradores para protestos em solidariedade aos mortos em Hawija. Cerca de mil pessoas saíram às ruas e houve confronto com a polícia. Pelo menos um policial morreu e as autoridades locais decretaram toque de recolher na cidade.

Houve episódios de violência em diversas outras cidades e pelo menos três mesquitas sunitas foram atacadas.

No bairro bagdali de Dora, duas bombas explodiram em uma mesquita, deixando sete mortos e 17 feridos. Também na capital iraquiana, um homem abriu fogo na saída de uma mesquita, matando três pessoas e ferindo nove. Em Muqdadiya, 90 quilômetros ao norte de Bagdá, a explosão de uma bomba matou oito pessoas e feriu 20.

Também nesta terça-feira, um funcionário da justiça eleitoral iraquiana foi morto a tiros em Cidade Sadr, bairro predominantemente xiita da zona leste de Bagdá.

O ataque a Hawija foi duramente condenado por líderes sunitas e diplomatas estrangeiros. O primeiro-ministro do Iraque, Nuri al-Maliki, anunciou pouco depois a formação de uma comissão ministerial para investigar a ofensiva. As informações são da Associated Press.

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